Data de publicação: 30 de Setembro de 2021, 06:00h
LOC.: O Brasil registrou uma redução na produção de óleo de babaçu. De acordo com a FIEMA, o recuo foi de 53 mil toneladas em 2010 para 22 mil toneladas em 2019. Essa queda pode estar relacionada à perda de espaço do produto para o óleo de palmiste. Entre os municípios mais afetados estão Lago do Junco, Lago da Pedra e Bacabal, no Maranhão.
O quadro exigiu que fosse criada a Câmara Temática do Óleo de Babaçu, instalada pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, do Ministério do Meio Ambiente. O deputado federal Zé Carlos (PT-MA) acredita que a iniciativa é relevante porque defende a causa das famílias das quebradeiras de coco do estado.
TEC./SONORA: Zé Carlos, deputado federal (PT-MA)
“Há mais de uma década já existiam mais de 40 mil famílias que dependiam exclusivamente do babaçu. Portanto, é fundamental ter um olhar diferenciado para esse povo, que vive com pouco olhar dos governos, e tenta sobreviver utilizando extrativismo e criando produtos que vão desde o combustível, passando por produtos de limpeza, até a alimentação.”
LOC.: Segundo o pesquisador da Embrapa Cocais, José Frazão, a perda de comercialização do óleo de babaçu pode ter uma ligação direta com o custo do produto.
TEC./SONORA: José Frazão, pesquisador da Embrapa Cocais
“O rendimento de óleo industrial de dendê é 20% do óleo de polpa e 2% do óleo de palmiste. Esse óleo de palmiste é um subproduto nesse processo. Como eles têm alta produtividade, o custo do óleo de palmiste é muito mais baixo. Se o Brasil começar a importar óleo de palmiste, a consequência é a queda de preço do óleo de babaçu, que afeta o rendimento das quebradeiras de coco.”
LOC.: A Câmara Temática do Óleo de Babaçu tem à frente a Confederação Nacional da Indústria (CNI), e foi criada com a atribuição de apresentar uma proposta normativa quanto ao uso do insumo para fabricação de produtos de limpeza.
Reportagem, Marquezan Araújo