LOC.: A geração de resíduos sólidos deve chegar a 3,4 bilhões de toneladas em 2050. A maior parte em países de baixa renda, onde a geração deve triplicar. Em 2016, 2 bilhões de toneladas/ano foram geradas. Os dados são da Associação Internacional de Resíduos Sólidos. A entidade afirma que a gestão inadequada dos materiais representa uma ameaça ambiental e à saúde humana e ressalta que o aumento dos resíduos exigirá dos países uma elevação significativa em investimento no setor.
Segundo o advogado e consultor em gestão de resíduos e economia circular Fabrício Soler, os setores público e privado podem atuar juntos para potencializar a coleta dos resíduos por meio da chamada logística reversa. Enquanto a frente pública implementa o sistema de coleta seletiva, a iniciativa privada investe em sistema de retorno dos materiais.
TEC./SONORA: Fabrício Soler, advogado e consultor em gestão de resíduos e economia circular
“Com a coleta seletiva, trabalhando com resíduo sólido urbano, você pode ter um aumento dos materiais recicláveis e por consequência um aumento da cadeia de reciclagem. Em paralelo, concomitante, tem uma agenda privada e a atribuição do setor privado empresarial investir em medidas para aumentar o índice de reciclagem no país, por meio de sistema de logística reversa que são investimentos do setor privado para viabilizar o retorno de embalagens e materiais recicláveis para potencializar os índices de reciclagem.”
LOC.: A tributação ao setor de reciclagem é apontada como um dos principais problemas para o desenvolvimento do setor. Na Câmara dos Deputados, tramita projeto de lei que prevê incentivos fiscais à cadeia produtiva de reciclagem. O autor da proposta, deputado federal Vinicius Carvalho, do Republicanos de São Paulo, ressalta as contribuições que a aprovação do texto pode trazer ao país.
TEC./SONORA: deputado Vinicius Carvalho (Republicanos-SP)
“Se aumenta o incentivo da reciclagem, você trabalha na proteção do meio ambiente, tirando muito mais insumos que estão deteriorando o meio ambiente; traz as pessoas da informalidade para a formalidade; dá incentivo real às pessoas que passarão a ganhar do ponto de vista social um salário justo; e fazer com que essa cadeia possa crescer cada vez mais.”
LOC.: De acordo com estudo da GO Associados, a isenção prevista deve custar cerca de R$ 1,2 bilhão. Por outro lado, o ganho tributário previsto é de R$ 2,3 bilhões — um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão.
Reportagem, Fernando Alves