LOC.: Uma análise da Confederação Nacional da Indústria, CNI, revela que em 2023 houve aumento da demanda por produtos industriais, mas não foi direcionada para a indústria brasileira. O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, aponta que os consumidores têm comprado mais produtos importados por conta do preço, que é mais baixo que o dos itens produzidos pela indústria nacional.
As queixas de competição desleal entre os principais problemas enfrentados pela indústria aumentaram de 16,3% para 20%, enquanto as preocupações com a concorrência de produtos importados subiram de 6,1% para 11,6% durante a transição de 2022 para 2023.
Azevedo também informa que isso impacta na economia brasileira de várias formas, como na redução da produção nacional.
TEC./SONORA: Gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo
“Isso induz a uma redução dos investimentos, dos empregos. São empresas e empregos que deixam de ser criados ou mesmo sendo fechados. São investimentos que deixam de ser feitos ou fábricas no limite que acabam sendo fechadas.”
LOC.: Em 2023, sete dos 21 setores da indústria de transformação analisados enfrentaram um cenário de aumento das importações acompanhado de uma queda na produção. Esses setores são: madeira, vestuário e acessórios, couro e calçados, metalurgia, produtos diversos, produtos de metal e móveis.
As perspectivas para os próximos anos também são de dificuldade de igualdade nas importações e exportações. Entre os motivos citados estão os baixos preços dos produtos chineses, que aumentam a competitividade em contraste com os elevados custos de produção nacional devido ao Custo Brasil.
De acordo com Azevedo, existe uma série de custos que são impostos às empresas brasileiras.
TEC./SONORA: Gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo
“Empresas brasileiras pagam, muitas vezes, mais impostos do que os seus concorrentes no exterior, na hora de contratar, investir, de produzir. Mas também existem custos adicionais com burocracia com infraestrutura. Isso tudo precisa ser atacado, para que o ambiente de negócio seja menos hostil, mais competitivo, mais igualitário.”
LOC.: Segundo os empresários industriais entrevistados pela CNI, a reversão desse processo não é esperada nos próximos cinco anos.
Reportagem, Nathália Guimarães