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A Agenda Ambiental, Social e de Governança, chamada de ASG, surge do desafio de integrar esses três fatores no mercado de capitais. Uma sigla que vem sendo cada vez mais importante para empresas, mas ainda pouco conhecida pela população impactada por ela. O termo é uma tradução do inglês ESG, que significa environmental, social and governance.
A ASG surgiu por meio do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, que produziu um relatório com Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), para encorajar a integração de critérios ambientais, sociais e de governança.
Segundo publicação do BNDES, a adoção desses critérios para a avaliação de empresas e investimentos “parece estar definitivamente incorporada na pauta das gestoras e bancos brasileiros”. Nessas instituições financeiras que integram a ASG, “as decisões de investimentos e concessão de crédito passam a levar em consideração o impacto destes em todas as partes interessadas – como funcionários, consumidores, fornecedores e comunidade – e não somente o lucro potencial para a instituição financeira e seus acionistas”.
Alexandre Maduro de Abreu, professor do Departamento de Administração e diretor do Centro de Pesquisa em Gestão, Inovação e Sustentabilidade da Universidade de Brasília (UnB), detalha cada um dos critérios da ASG e lembra que toda empresa se relaciona com o ambiente que está em volta dela. O especialista pontua que esse ambiente é composto pela própria sociedade, pelo Estado e por outros agentes, inclusive o meio ambiente, e essa agenda é uma forma de regular essas relações.
Começando pela primeira letra da sigla, relativa ao ambiental, Alexandre diz que ela requer um pensamento das organizações sobre quais as formas de garantir a integridade do meio ambiente, caso exista o consumo de recursos. “Então, eu estou dizendo o seguinte: quando eu emito gases geradores de efeito estufa, poluição de água, do ar, desmatamento, que eu possa ter processos internos para evitar isso”, conceitua.
No âmbito social, ele ressalta a forma como a empresa dialoga com os desafios da sociedade. “A dimensão social já olha para as comunidades que se relacionam com essa organização. Então, é pensar e assumir a responsabilidade com essas comunidades, transferir parte dos seus recursos para garantir o desenvolvimento delas. É uma dimensão social dessa agenda. Agora, mais recentemente, além de pensar as comunidades locais, também está se pensando na questão da diversidade. Incluir também questões de raça, gênero, etnia, cultural. Que essas diversidades sejam aceitas e incluídas.”
E, por fim, a dimensão governança é caracterizada na visão do especialista como a aplicabilidade das boas práticas, de uma transparência e da ética na relação com todos esses agentes e envolvendo todos esses processos. “É preciso deixar claro para a sociedade, para os órgãos de controle, que as relações da organização são assim, são pautadas por essas normas”, finaliza.
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BASA investe em desenvolvimento econômico e ambiental na Amazônia
Uma das instituições que é referência em políticas da agenda ASG é o Banco da Amazônia (Basa), um agente financeiro que tem como missão promover o desenvolvimento sustentável da região por meio da concessão de crédito comercial e de fomento no local. O Banco ultrapassou, em 2021, a marca de R$ 505 milhões em investimentos de agricultura familiar, alcançando 13.140 operações. A instituição tem como foco o desenvolvimento econômico, estrutural e de meio ambiente, e atua nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão, conta com escritório de negócios em São Paulo e assessoria em Brasília-DF.
De acordo com a gerência de Planejamento e presidência do Banco, é essa agenda que orienta a implementação das políticas públicas e a geração de resultados. O destaque vem principalmente das ações dentro do âmbito ambiental. “Para nós, a sustentabilidade é a razão de ser do Banco. É o nosso posicionamento. Somos o braço do governo federal para a implementação das políticas públicas na região e a sustentabilidade é o que nos move. O crédito é o principal produto utilizado para desenvolver de forma sustentável os empreendimentos da Amazônia”, explica Márcia Mithie, gerente de planejamento do Basa.
Um exemplo prático vem da linha de crédito da Pecuária Verde, como pontua Valdecir Tose, presidente do Banco da Amazônia. Com ela, em síntese, o Basa oferece financiamentos aos clientes que preconizam boas técnicas ambientais. “É um modelo diferente de pecuária, que tradicionalmente é vinculada ao desmatamento, à geração de impactos de gases do efeito estufa. No entanto, trabalhamos da forma correta na transição, fazendo o reflorestamento das áreas degradadas, fazendo a recomposição, fazendo a melhoria da pastagem”, define.
Dentro do campo social, a empresa apresenta números como a porcentagem de 38% do quadro de funcionários ser formado por mulheres e de 38% delas estarem em cargos de gestão. “O banco tem buscado estimular mais essa participação feminina. Ainda lançamos um edital de pesquisa, apoiando o desenvolvimento da região e empresas como Embrapa e universidades, e temos o apoio cultural. São mais R$ 2,5 milhões de apoio à pesquisa e R$ 3 milhões de patrocínios todo ano”, enumera Valdecir Tose.
Como a AGS foi pensada a partir dos ODS, um esforço global de 17 objetivos para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, o Basa elencou sete deles que estavam relacionados à sua área de atuação para guiar os procedimentos do banco, estabelecendo dez metas.
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