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Para tentar resolver a falta de conexão nas delegacias, o governo do Acre se uniu ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para instalar internet via satélite nas unidades do estado. A situação atual da conexão da segurança pública do Acre é grave. Grande parte das delegacias sequer tem internet. E, para tentar driblar os problemas, ainda tiram do próprio bolso para custear a infraestrutura. Em algumas cidades, como Sena Madureira e Feijó, os policiais fizeram parcerias com empresários, cedendo o uso das antenas de rádio em troca da instalação da internet - uma solução de emergência, mas muito distante do ideal, já que pode comprometer a independência do trabalho dos agentes de investigação.
Depois de anos de dificuldades com conexão, no mês passado, o governo local fechou um contrato com uma operadora para prover internet em 20 delegacias do interior do estado pelo preço de R$ 34 mil reais por mês. Algumas chegariam a pagar mais de R$ 2 mil reais por mês pela internet. (Veja na arte) A justificativa dada pelo governo para o preço salgado é que o trabalho policial exige uma conectividade melhor do que a normal.
Segundo apurou o portal Brasil 61, estava em negociação também um contrato com a mesma operadora para as delegacias da capital Rio Branco, o que poderia elevar o custo mensal da conectividade para R$ 60 mil, valor que será poupado pela adesão do estado ao projeto do governo federal.
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Enquanto a internet não chega, a segurança no Acre sofre pela falta de conectividade. Sem ela, policiais não conseguem utilizar o sistema unificado para registrar os Boletins de Ocorrência. Em vez disso, enviam documentos de uma delegacia para outra usando o 3G do celular pessoal ou levam os documentos físicos de uma unidade para outra, o que torna o processo lento.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Acre, Tibério César da Costa, dá um exemplo prático: os policiais usam um sistema online para registrar roubos e furtos de veículos e viabilizar uma reação rápida nas fronteiras do estado, que são rota de fuga de criminosos. “Eu só faço a inserção desse dado de roubo e furto se tiver internet e na madrugada a conexão fica difícil. Aqui no Acre tem uma peculiaridade de que, em uma hora você atravessa para território boliviano, de alguns municípios. Assim, você prejudica a vítima por conta de uma falha estrutural do estado”, explica.
Veja a entrevista completa:
Outro problema da falta de conexão é que os dados criminais não chegam ao governo federal, dificultando a formulação de políticas públicas de segurança para o interior do Brasil.
Por esses motivos, o Acre foi um dos estados contemplados pelo programa Segurança Pública Conectada. O governo federal vai investir R$ 5 milhões para instalar internet via satélite em delegacias, unidades da Polícia Militar e guardas municipais de nove estados. No Acre, as instalações já começaram a ser feitas.
O Secretário de Justiça e Segurança Pública do Acre, Paulo Cézar Rocha dos Santos destaca que, na primeira fase da implantação, o foco será a Polícia Civil. “Todas as delegacias da capital e do interior, inclusive dos municípios isolados terão a possibilidade de lavrar ocorrências em tempo real, em uma plataforma eletrônica que garantirá maior celeridade às investigações criminais”.
Para o coordenador-geral de Gestão e Integração de Dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Wanderley Silva, o maior ganho será na formulação de políticas públicas voltadas para a segurança: “Essas conexões serão custeadas pelo Ministério da Justiça. Esse projeto foi levado para o conselho gestor do Fundo Nacional de Segurança Pública e foi aprovado por unanimidade. Hoje, dados de ocorrências criminais em municípios que não tem conectividade não chegam para o nosso Sinesp Integração, são dados que não são contabilizados para a segurança pública”, explica.
A ideia é que o programa seja aplicado em 600 pontos de outros nove estados, além do Acre: Alagoas, Amapá, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe, Tocantins, Rio de Janeiro, Piauí e Maranhão, de acordo com o governo federal. A transmissão será possível devido ao Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas 1, construído por encomenda do governo brasileiro e lançado em 2017. A expectativa é que todas as instalações sejam concluídas em dois meses.
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