Data de publicação: 17 de Novembro de 2020, 23:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:32h
Treze municípios da região de Campo Mourão, no Paraná, já foram contemplados pelo Programa Estadual de Gestão de Solo e Água em Microbacias. O programa prevê ações que vão desde a construção de terraços à implantação de fossas sépticas para a melhoria no abastecimento de água das famílias da zona rural.
Foram investidos R$ 2,7 milhões em obras nas comunidades rurais, beneficiando 1.775 agricultores familiares. O programa coordenado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento conta com a participação de diversas instituições, entre as quais o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater (IDR-Paraná).
O programa visa a manutenção do meio ambiente, uso racional dos recursos naturais, conservação dos recursos hídricos, solo, atmosfera e preservação da qualidade de vida das pessoas.
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Para o especialista em Gestão de Projetos do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), João Lucas Fontana, o modelo é bastante significativo, principalmente quando se tem em mente a população mais vulnerável.
Ele destacou a importância do projeto para a agricultura familiar. “No caso, os agricultores familiares são geralmente os que mais sofrem quando há uma mudança drástica no clima, assim a utilização de estratégias de conservação do solo e da água, e principalmente de uso consciente e sustentável desses recursos, já é por si só uma iniciativa importante para que os agricultores familiares tenham mais segurança na produção”, avaliou.
Em Engenheiro Beltrão, a microbacia Rio Claro foi escolhida para os trabalhos de conservação dos recursos naturais. Agricultores e extensionistas definiram um plano para implantar 12 práticas diferentes, com um valor previsto de R$ 224.499,38.
Além da proteção de duas nascentes, o projeto prevê ainda construção de seis fossas sépticas na comunidade, ação que deve refletir em melhorias para 56 famílias residentes na região da microbacia.
O ambientalista Charles Dayler considera a implantação de terraços vantajosa tanto para o produtor, quanto para o meio ambiente. Segundo ele, no aspecto da preservação, a medida previne problemas de erosão, por exemplo, que ocorrem quando o solo não é bem cuidado.
Dayler considera que a ideia do programa pode ser aplicada em outros estados, já que quase todos têm equipes de extensão rural. “Vejo como algo positivo essas ações, elas são sim passíveis de replicar em outras microbacias, em outros estados e por aí vai, porque esses estados também pensam da mesma forma, em cuidar do meio ambiente e todos eles têm os extensionistas rurais para cuidar dessas propriedades menores”, disse.
Os extensionistas, que organizam os comitês gestores regionais e locais, acreditam que, com esse trabalho, é possível diminuir a poluição da água, a erosão do solo e o assoreamento do leito dos rios, contribuindo ainda para a preservação da biodiversidade das comunidades rurais e manter a capacidade reprodutiva dos recursos naturais.