FLORIANÓPOLIS (SC): Cidade dá exemplo de solidariedade na doação de leite materno

A doação de leite materno é necessária o ano todo, pois o leite materno é imprescindível para o recém-nascido

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A maioria dos municípios brasileiros apresenta queda no número de doadoras de leite materno, principalmente em razão do temor da pandemia de COVID-19. Alguns estados, inclusive, tiveram quedas de até 60% no estoque. Florianópolis, na contramão disso tudo, não só conseguiu manter os parâmetros como aumentou a coleta graças à solidariedade das mães lactantes da cidade. O Banco de Leite Humano e Central de Informações de Aleitamento Materno pede, agora, que as mulheres que estão amamentando e podem doar o seu leite continuem doando o ano inteiro, para o estoque  não cair, já que esse leite materno é de extrema importância para os bebês prematuros e/ou de baixo peso internados em Unidades Neonatais.

O Banco de Leite Humano atende exclusivamente a Maternidade Carmela Dutra, da Fundação Hospitalar de Santa Catarina e está atualmente com estoque de 100 litros de leite materno doado. Esse número tem se mantido assim após alguns ajustes na logística da coleta em domicílio. Antes, eram coletados mensalmente cerca de 70 litros por mês e a demanda sempre esteve entre 70 e 80 litros. Mensalmente, de 50 a 70 recém-nascidos internados na Unidade Neonatal são beneficiados com o que é doado pelas mães  ao Banco de Leite Humano. 

Janini Selva Ginani, coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, explica que a doação de leite materno é necessária o ano todo, pois o leite materno é imprescindível para o recém-nascido, principalmente os prematuros e/ou de baixo peso. Isso porque o alimento apresenta potencial nutricional e imunológico para a sua evolução, além de oferecer proteção para problemas respiratórios e gastrointestinais.

“O leite materno traz inúmeros benefícios para a saúde da criança. Protege de infecções, diarreia e alergias. Diminui a chance de a criança desenvolver as chamadas doenças crônicas, como diabetes tipo 2, colesterol alto, pressão alta e obesidade. E esses efeitos perduram até mesmo na vida adulta.”

Fernanda Del Moro Medina é uma das mães que fazem parte deste ato de solidariedade. Ela teve problemas no início da amamentação, procurou um Banco de Leite Humano e conseguiu aprender a alimentar sua filha. A produção de leite materno  aumentou rapidamente e, em seguida, descobriu que podia também ajudar os bebês prematuros e/ou de baixo peso que estavam internados em Unidades Neonatais doando o seu leite ao Banco de Leite Humano. 

"Recebi a graça de poder amamentar minha filha e, como uma forma de agradecimento, faço a doação de leite materno para o Banco de Leite Humano e ajudar os bebezinhos hospitalizados. Porque eu sei a importância do leite materno.” 

Em razão do distanciamento social imposto pela pandemia, o Banco de Leite Humano da Fundação Hospitalar de Santa Catarina tem feito preferencialmente a coleta em domicílio. A mãe lactante que queira e possa doar o seu leite participando dessa rede de solidariedade deve entrar em contato no (48) 3251-7552. Pelo número é feito o agendamento da coleta do pote, que ocorre em três dias da semana.

Além dessa unidade, o estado conta com outros 12 Bancos de Leite Humano e mais nove postos de coleta. Se você está em outro município e deseja encontrar a unidade mais próxima, entre em contato com o Banco de Leite Humano da Maternidade Darcy Vargas, referência da Rede de Bancos Leite Humano no estado. O telefone é o (47) 3461-5704.

Doe leite materno. Nessa corrente pela vida, cada gota faz a diferença. Para mais informações, ligue 136 ou acesse o site saude.gov.br/doacaodeleite. 

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