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Com uma taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com a Covid-19 de 22%, a prefeitura de São de Caetano do Sul, município localizado na região metropolitana de São Paulo, concentra os esforços na atenção primária. Além disso, desde abril, os gestores de Saúde da cidade também investem maciçamente na testagem domiciliar de pessoas com os sintomas do novo coronavírus.
As ações integram uma parceria entre a prefeitura local, a Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), o Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) e a startup Modular Research System (MRS) que, juntos, também desenvolveram uma plataforma online para monitorar remotamente os moradores com sintomas da doença. Dessa forma, as equipes evitam que pessoas se desloquem a unidades de saúde e possam disseminar o vírus pela cidade.
O interessado em fazer o exame sem sair de casa pode ligar ou fazer um cadastro pelo site da Secretaria Municipal de Saúde. Após o procedimento, alunos do curso de medicina da Universidade Municipal entrarão em contato com o solicitante em até 24 horas, para informar se o pedido de exame foi deferido.
Segundo a secretária de Saúde de São Caetano do Sul, Regina Grespan, para fazer o teste PCR - considerado o exame mais eficaz no diagnóstico da Covid-19 - o paciente precisar estar sentindo sintoma da doença. De acordo com ela, apenas crianças ficaram de fora do projeto.
“Sempre que alguém tiver sintomas respiratórios graves ela é elegível para entrar no programa [de testagem domiciliar]. O paciente tem que ter tosse, coriza, espirros ou dor de garganta. Esses sintomas indicam a presença do vírus na via aérea superior do paciente.”
Caso o resultado do exame dê positivo, o paciente é monitorado remotamente por 14 dias e caso apresente complicações ele é orientado a procurar alguma unidade de saúde. De acordo com boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde, até a última segunda-feira (20), foram feitos 34.973 testes, sendo 6.850 realizados em domicílio. Cerca de 42% dos moradores da cidade foram testados.
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Estudo publicado pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), com informações de abril, primeiro mês da testagem em massa, concluiu que 6,7% de todas as pessoas que tiveram o resultado positivo da Covid-19 precisaram ser hospitalizadas e 0,7% dos casos evoluíram para óbito.
O médico Hemerson Luz, especialista em doenças infecciosas, afirma que o fácil acesso da população aos serviços de atenção primária e mais investimentos na área pode propiciar uma redução no número de casos do novo coronavírus. “O investimento em infraestrutura sanitária em Unidades Básicas de Saúde (UBS) poderá ter um impacto muito grande na prevenção e no tratamento da Covid-19, tendo reflexos inclusive na taxa de letalidade da doença.”
Desde 6 de julho, conforme decreto do governo de São Paulo, houve uma flexibilização na abertura do comércio de São Caetano do Sul. Com algumas restrições, o comércio de rua, shoppings, bares e restaurantes, além de barbearias reabriram no começo deste mês. Contudo, a secretária municipal de Saúde ressalta a importância de se seguir as medidas sanitárias defendidas por especialistas de saúde. “Deve-se manter a rigidez nas medidas de higiene e de distanciamento e isolamento social. O município segue fiscalizando essas medidas [a serem adotadas pelos comerciantes]”, afirma a titular da pasta.
Até a última segunda-feira (20), São Caetano do Sul contabilizava 2.337 casos de Covid-19 e 110 óbitos. Até o momento, em municípios vizinhos, como São Bernardo do Campo foram registrados 13.243 casos da doença com 540 mortes e Santo André apresentou 9.710 confirmações do novo coronavírus e 345 óbitos.
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