Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Especialista da Embrapa lista medidas de segurança para produtores leiteiros durante pandemia

Entre as recomendações, doutor em saúde pública da entidade orienta planejar a compra de insumos, manter ambiente de ordenha limpo e não abrir mão de botas, macacões e aventais

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A pandemia do novo coronavírus trouxe uma nova realidade para quem vive no campo. Além da questão econômica, com produção parada e preços mais altos para insumos, por exemplo, o agricultor se deparou também com cuidados extras com higiene antes, durante e depois da produção dos alimentos. 

No mercado leiteiro, boa parte dos produtores passaram a adotar medidas de segurança antes comuns a outros sistemas de produção, como suínos e aves. O pesquisador da Embrapa Marcio Roberto Silva comenta que controle de brucelose, de tuberculose e de vacinação dos animais para a febre aftosa está entre as medidas que já eram praticadas por esse mercado antes mesmo da pandemia.

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“Depois da pandemia de covid-19, esses cuidados continuam, mas na questão de higiene e ordenha os cuidados foram redobrados para evitar que esse vírus entre na cadeia do alimento. Não tem nada provado ainda que o alimento possa levar algum risco da doença para o ser humano, principalmente porque esse leite vai ser pasteurizado – e a pasteurização destrói o novo coronavírus. Mas todo cuidado é pouco”, comenta. 

O pesquisador, especialista em medicina veterinária pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e doutor em saúde pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), lista algumas dicas para produtores da cadeia de leite tomarem nesse período de crise sanitária. 

1 - Lavar as mãos com água e sabão antes de iniciar a jornada, durante o manejo com os animais e ao final do trabalho. “Quando possível, tomar banho antes de entrar na área limpa da ordenha”, sugere o pesquisador. 

2 - Evitar tocar olhos, nariz e boca, mesmo com as mãos lavadas. Quando espirrar ou tossir, cobrir a boca usando toalha de papel e descartar no lixo orgânico. O pesquisador comenta que, “na falta de toalha de papel, usar o antebraço, nunca as mãos.”

3 - Botas, macacões e aventais são equipamentos de proteção individual (EPIs). Devem ser utilizados somente na propriedade e lavados periodicamente. Quem trabalha na ordenha, deve manter unhas curtas e cabelo preso com touca ou boné.

4 - Não compartilhar objetos pessoais, como toalha de rosto, copo, cigarro, chimarrão e tererê. “O nome ‘objeto pessoal’ não é à toa, é de uso individual mesmo”, lembra Marcio. 

5 - Higienizar equipamentos e ferramentas de uso comum, veículos e as instalações com desinfetantes a base de hipoclorito 0,2% ou álcool 70%. É importante evitar o acúmulo de matéria orgânica, que dificulta ou inviabiliza a ação de desinfetantes. Não é aconselhado varrer a seco refeitórios, banheiros e escritórios. “E tenha cuidado especial na sala de ordenha. É fundamental realizar o processo de limpeza e desinfecção duas ou três vezes por dia, após cada ordenha”, pontua o pesquisador da Embrapa.

6 - Evitar aglomerações. Reduzir o número de trabalhadores em escala em um mesmo local. É importante respeitar o distanciamento de pelo menos um metro entre as pessoas. Quando for necessário ir a centros urbanos, evitar levar toda a família. No deslocamento em veículos com outras pessoas, usar máscaras e manter janelas abertas para a troca de ar.

7 - Planejar a compra de insumos, tornando a ida ao comércio e a entrada de veículos na propriedade menos frequentes.

8 - Resolver o que for possível por telefone. Se for necessário receber um visitante, não tenha contato direto, como aperto de mão, e evite o acesso a áreas de trânsito dos animais. O caminhão que busca o leite, o que entrega ingredientes da dieta e outros veículos externos devem circular por locais diferentes das áreas de trânsito de animais. Além disso, é importante que passem pelo rodolúvio (túnel de desinfecção de veículos) para lavar os pneus.

9 - Os prestadores de serviço técnico devem usar um conjunto de EPIs para cada propriedade e tomar cuidados básicos, como lavar as mãos e os calçados logo na chegada.

10 - Repassar aos trabalhadores da fazenda o programa de biosseguridade e as ações a serem executadas, para que nenhum passo seja negligenciado. 

“Esses são cuidados adicionais importantes, além de evitar aglomerações e manter o distanciamento social”, finaliza o pesquisador. 
 

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LOC: A pandemia do novo coronavírus trouxe uma nova realidade para quem vive no campo. Além da questão econômica, com produção parada e preços mais altos para insumos, por exemplo, o agricultor se deparou também com cuidados extras com higiene antes, durante e depois da produção dos alimentos. 

No mercado leiteiro, boa parte dos produtores passaram a adotar medidas de segurança antes comuns a outros sistemas de produção, como suínos e aves. O pesquisador da Embrapa Marcio Roberto Silva garante que não houve alteração nesses procedimentos, que foram reforçados. 

O pesquisador, que também é formado em medicina veterinária pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e doutor em saúde pública (epidemiologia) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), lista algumas dicas para produtores da cadeia de leite tomarem nesse período de crise sanitária. 
 

“Eles devem sempre se preocupar e aumentar os hábitos de higiene, como lavar as mãos com água e sabão antes de iniciar a jornada de trabalho, durante o manejo com os animais e após o trabalho. Quando possível, o agricultor deve inclusive tomar banho antes de entrar na área limpa da ordenha. Evitar tocar os olhos, nariz e boca mesmo com as mãos lavadas. Ao espirrar ou tossir, cobrir a boca usando toalha de papel e descartar no lixo orgânico.”


LOC.: Outra dica de segurança de Marcio Roberto é que o agricultor tenha consciência de que botas, macacões e aventais são equipamentos de proteção individual, por isso devem ser utilizados somente na propriedade e lavados com frequência. 

Para quem trabalha na ordenha, as unhas devem estar curtas e o cabelo preso com touca ou boné. Os equipamentos e ferramentas de uso comum devem ser higienizados com desinfetantes a base de água sanitária ou álcool 70%. 

Marcio lista mais algumas recomendações.
 

“Planejar a compra de insumos da propriedade, tornando a ida ao comércio e a entrada de veículos na propriedade menos frequente. São cuidados adicionais importantes.”


LOC.: O pesquisador da Embrapa reforça que os agricultores resolvam tudo que for possível por telefone. E se for necessário receber um visitante, não tenha contato direto, como aperto de mão, e evite o acesso a áreas de trânsito dos animais. 

Além dessas e outras medidas, mantenha pelo menos um metro de distância das outras pessoas e, se puder, fique em casa. 

Reportagem, Jalila Arabi.