Data de publicação: 21 de Julho de 2020, 10:30h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:28h
O governo de São Paulo começa, nesta terça-feira (21), os testes da vacina contra o novo coronavírus em humanos. O governador João Doria fez o anúncio nessa segunda (20) e afirmou ser um “momento histórico” para o Brasil. São 20 mil doses da CoronaVac, que serão utilizadas para a terceira fase de ensaios clínicos, no Instituto Butantan, com doses do imunizante e de placebo para o desenvolvimento da vacina.
A carga com as vacinas veio da China. Os lotes serão distribuídos aos 12 centros de pesquisa responsáveis pelo recrutamento, aplicação e acompanhamento dos voluntários. Doria garantiu que cada passo do teste clínico será informado à população.
Os primeiros testes começam no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, na capital paulista. Essa primeira fase será direcionada a 890 voluntários. A cada duas semanas, esses voluntários serão analisados pelos pesquisadores e o primeiro resultado deve ser concluído em até 90 dias.
Os demais centros de pesquisa receberão a dose de forma escalonada, segundo o governo de São Paulo. A meta é incluir nove mil voluntários nesses demais centros. Nessa etapa, metade dos participantes receberá duas doses do imunizante e a outra metade receberá duas doses do placebo, num intervalo de 14 dias. O placebo possui as mesmas características do imunizante, mas sem o efeito.
Para se candidatar aos testes, é preciso entrar na página do Instituto Butantan, responder a um questionário e verificar se você se encaixa no perfil.
Todo o monitoramento será feito pelos centros de pesquisa por meio de exames entre os que tiverem sintomas compatíveis com a doença. Dessa forma, segundo Doria, será possível verificar posteriormente se quem tomou o imunizante ficou realmente protegido em relação a quem tomou a dose do placebo.
Além de institutos de São Paulo, as pesquisas também serão realizadas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. As pesquisas serão acompanhadas por uma comissão internacional. Em caso de sucesso, as vacinas serão produzidas pelo Instituto Butantan a partir do início do ano que vem, com mais de 120 milhões de doses.