Foto: Carolina Gonçalves/Agência Brasil
Foto: Carolina Gonçalves/Agência Brasil

Veja onde vivem os brasileiros com o pior índice de saneamento básico

As regiões Norte e Nordeste concentram a maior parte da população com precariedade nos serviços, aponta IBGE

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

ÚLTIMAS SOBRE SAÚDE


Os números referentes ao saneamento básico no Brasil revelam que os índices de atendimento e infraestrutura ainda não são satisfatórios. O Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 3.505 municípios apresentavam menos da metade da população com coleta de esgoto, por exemplo, no respectivo ano de referência. Para o analista da pesquisa, Bruno Perez, entre os serviços que compõem o saneamento básico, a coleta de esgoto é o mais difícil, por demandar uma estrutura mais cara do que os demais. 

“O serviço de coleta de esgoto é o de expansão mais difícil, o que demanda uma infraestrutura mais cara. Então, o Censo reflete isso. A gente tem uma coleta de lixo que está na casa dos 90%, um abastecimento de água que está em torno de um pouco acima de 80% e a coleta de esgoto bem abaixo, em torno de 60%.”, analisa.

“O Censo 2022 reflete isso, mostrando a expansão do esgotamento sanitário no Brasil, porém com uma cobertura ainda inferior à da distribuição de água e à da coleta de lixo”, explica Bruno Perez, complementa o analista da pesquisa.

Segundo o levantamento, Juarina (TO)  e Júlio Borges (PI) foram as cidades que apresentaram as piores condições de saneamento ao levar em consideração o tratamento do esgoto. 100% da rede tradada era de modo inadequado.

A advogada e presidente da Comissão de Saneamento da OAB Nacional, Ariana García, considera o processo de regionalização o ponto principal do Novo Marco Legal do Saneamento.

“A regionalização tem outros aspectos muito importantes que precisam ser considerados com muito cuidado, que é o compartilhamento da titularidade por se tratar de uma prestação regionalizada, o respeito ao município, que é sobretudo o respeito aos usuários que serão atendidos, que às vezes se perdem nessa discussão para a supervalorização de quem vai prestar esse serviço na regionalização”, observa. 

Conforme a pesquisa, a "Fossa rudimentar ou buraco" era a forma de esgotamento sanitário de 19,4% da população. Na sequência aparecem o esgotamento diretamente em "Rio, lago, córrego ou mar" (2,0%), o esgotamento por "Vala" (1,5%) e o esgotamento por "Outra forma" (0,7%).

Confira os 10 municípios com rede de esgoto inadequada (em %)

  • Juarina (TO) – 100,0
  • Júlio Borges (PI) – 100,0
  • Morro Cabeça no Tempo (PI) – 99,8
  • Milton Brandão (PI) – 99,8
  • Novo Oriente do Piauí (PI) – 99,8
  • Piraquê (TO) – 99,8
  • Nova Santa Rita (PI) – 99,8
  • Jacobina do Piauí (PI) – 99,8
  • Caldeirão Grande do Piauí (PI) – 99,8
  • Santo Antônio do Planalto (RS) – 99,8
  • Pedro Laurentino (PI) – 99,8

Fonte: Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Os estados do Sudeste e do Sul se destacaram na estatística de maior cobertura da rede de esgoto, com um sistema de tratamento adequado. A capital paulista possui 95,6% da rede nessa situação.

Confira a lista dos municípios com rede adequada de esgoto (em %)

  • Águas de São Pedro (SP) – 100,0
  • Avanhandava (SP) – 100,0
  • São Caetano do Sul (SP) – 100,0
  • Presidente Lucena (RS) – 100,0
  • Anhanguera (GO) – 100,0
  • Gavião Peixoto (SP) – 99,9
  • Santa Clara d’Oeste (SP) – 99,9
  • Santópolis do Aguapeí (SP) – 99,9
  • Vitória (ES) – 99,8
  • Américo Brasiliense (SP) – 99,8

Fonte: Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Os dados do IBGE mostram que a maior evolução com relação ao crescimento da proporção residindo em domicílios com coleta de esgoto e da proporção da população habitando domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica foi registrada no Mato Grosso do Sul (34,8 pontos percentuais), passando de 37,7% em 2010 para 72,5% em 2022.

 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.