LOC.: Produtores de mandioca do estado do Amapá e do Pará devem ficar atentos à infestação das lavouras com a “Vassoura de Bruxa”. Isso porque, no fim de janeiro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou estado de emergência fitossanitária relacionado ao risco de surto da praga quarentenária nesses estados, por um ano.
O Ministério esclarece, em nota, que o fungo não traz risco à saúde humana, mas é altamente destrutivo para as lavouras de mandioca.
Segundo o Mapa, embora a emergência tenha sido declarada para os estados do Amapá e do Pará, a praga foi confirmada apenas em alguns municípios do Amapá. Conforme a Pasta, até o momento, não foram registrados casos da praga no estado do Pará.
Mesmo assim, o estado do Pará foi incluído na medida preventiva tendo em vista que faz divisa com o Amapá – localidade em que a “Vassoura de Bruxa” segue avançando e, ainda, por ser o maior produtor de mandioca do país.
A doença deixa os ramos das plantas secos e deformados, por exemplo, com nanismo, e provoca a proliferação de brotos fracos e finos nos caules – os quais são parecidos com uma vassoura velha, por isso o nome “Vassoura de Bruxa”. De acordo com a Embrapa Amapá, com a evolução da praga é comum a ocorrência de clorose, murcha e seca das folhas, morte apical e morte descendente das plantas.
No Pará, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (AdePará) vai adotar ações preventivas nos municípios localizados na divisa com o Amapá. Segundo informações da Agência Pará, a intensificação da fiscalização deve ocorrer nos municípios de: Almerim, Gurupá, Porto de Moz, na região Oeste do Estado, e também nos próximos como Afuá, Breves e Chaves, localizados no arquipélago do Marajó.
A orientação da AdePará é que produtores não tragam maniva – que são os pedaços da rama utilizados para o plantio – do Amapá, já que há risco de introdução da praga em território paraense.
Na última terça-feira (18), o governo do Amapá divulgou que representantes do Amapá, Pará e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizaram uma reunião técnica para discutir estratégias de prevenção da praga na mandioca nos dois estados. A reunião ocorreu em Belém-PA e reuniu órgãos ligados ao setor agrícola da Região Norte.
Os participantes definiram que um novo encontro deve ocorrer em Brasília (DF), com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), e que serão acionados o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e demais órgãos do setor primário.
O primeiro caso de “Vassoura de Bruxa” no Brasil foi identificado pela Embrapa Amapá em agosto de 2024. A doença, conforme o órgão, é causada por um fungo de ocorrência inédita em território nacional e foi constatada nos plantios de mandioca das terras indígenas de Oiapoque – município do Amapá.
Reportagem, Bianca Mingote.