LOC.: A varíola humana se tornou a primeira doença erradicada da história há mais de 40 anos, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) certificou o fim em 1980. Mas nos últimos dias os brasileiros ligaram o alerta com a endemia de casos da varíola dos macacos em partes da África Ocidental e Central e a maioria dos casos recentes confirmados na Europa.
Segundo a infectologista Ana Helena Germoglio, a varíola dos macacos é muito mais branda e menos contagiosa do que a versão humana da doença. Além disso, as chances de uma transmissão descontrolada são baixas e apontam que sua letalidade está longe daquela causada pela varíola humana.
A doença não se compara ao novo coronavírus, por exemplo, em termos de transmissibilidade ou mortalidade, como ressalta a infectologista Ana Helena.
TEC./SONORA: Ana Helena Germoglio, infectologista
“Apesar de ter um grande alarme a respeito dessa doença ela causa mais efeitos estéticos do que propriamente gravidade. É uma doença que pode levar a casos graves de doença, mas principalmente em crianças pequenas, gestantes ou pacientes imunossuprimidos. Então a mortalidade dela ainda é muito pequena quando a gente compara com outras doenças, como a própria covid mesmo. A doença apesar do nome varíola do macaco ser semelhante a varíola humana, de antigamente, é um vírus da mesma família, mas com repercussões, com quadro clínico muito diferentes do que a gente ouvia falar da varíola de antigamente”.
LOC.: Como o vírus da varíola dos macacos tem relação com a varíola humana, a vacina contra a doença também se mostrou eficaz para ambas as doenças, mas acontece que hoje em dia, desde a década de 80, não se pratica a imunização com vacina da varíola. Mas a infectologista Ana Helena Germoglio ressalta que o caminho é mais simples para conseguir a vacina.
TEC./SONORA: Ana Helena Germoglio, infectologista
“Então apesar de a gente não fazer mais, essa vacina não faz parte mais do nosso calendário vacinal. Nós já temos o caminho da pedra da fabricação dessa vacina. É diferente da vacina do covid por exemplo, onde tivemos que estudar uma forma, uma vacina nova a ser desenvolvida. Então torna-se mais fácil caso precise fazer imunização em massa por exemplo”.
LOC.: O Ministério da Saúde criou uma sala de situação para monitorar o cenário da varíola dos macacos no Brasil. A sala trabalha em um plano de ação para o rastreamento de casos suspeitos e na definição do diagnóstico clínico e laboratorial para a doença. Até o momento ainda não há notificação de casos suspeitos da varíola dos macacos no país.
Reportagem, Juliana Gonçalves