LOC.: Cansado de esperar por mais de 40 minutos no ponto de ônibus, o assistente financeiro Mateus Chianca resolveu comprar um carro.
TEC./SONORA: Mateus Chianca, assistente financeiro
“E o tempo de deslocamento era muito grande, eu passava mais tempo dentro de um ônibus do que na minha aula da faculdade.”
LOC.: Uma pesquisa perguntou a moradores de cidades com mais de 250 mil habitantes — e que não utilizam o transporte público — o que precisaria mudar para que optassem pelo transporte coletivo. O preço da tarifa, o tempo de espera e a falta de segurança são os principais motivos, de acordo com levantamento inédito divulgado pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI.
O especialista em infraestrutura da CNI Ramon Cunha destaca que a pesquisa questionou aos entrevistados sobre como avaliam a atuação do poder público.
TEC./SONORA: Ramon Cunha, especialista em infraestrutura da CNI
“A população entrevistada, mais da metade, relatou o poder público ineficiente nesse sentido de planejamento. E, por fim, 9 em cada 10 entrevistados apontam a necessidade de investimentos para a superação do déficit de mobilidade urbana no Brasil. Uma forma de atrair investimentos, como já mencionado e defendido pela CNI, envolve incentivo à parcerias público-privadas que contemplem não só a manutenção e operação, como também a construção desses sistemas."
LOC.: Membro da Frente Parlamentar Mista do Transporte Público, o deputado federal Domingos Sávio, do PL de Minas Gerais, defende que os serviços públicos devem ser objeto de incentivos para que tenham melhor qualidade e menores custos para atender o interesse público.
TEC./SONORA: deputado Domingos Sávio (PL-MG)
“Aumentar o número de pessoas usando é bom para todo mundo, porque veja bem: quanto mais você utilizar o transporte público, mais você vai contribuir para desafogar as vias públicas. Se não tiver um transporte público bom, você aumenta e muito o volume de veículos privados nas ruas e inviabiliza, trava o trânsito. E isso complica até a economia de algumas cidades.”
LOC.: De acordo com a CNI, os entrevistados foram questionados sobre a frequência com que utilizam cada meio de transporte. Considerando o uso diário e em quase todos os dias, o carro é o meio mais utilizado, com 75%. Na sequência vêm moto e bicicleta. O levantamento mostra que o ônibus é o meio de transporte coletivo mais frequentemente utilizado.
Reportagem, Fernando Alves