LOC.: Quase três semanas após o fim do segundo turno das eleições, o trabalho das equipes envolvidas na transição de governo segue em Brasília. Apesar de toda a tensão que envolveu a disputa durante e até mesmo depois do processo eleitoral, as equipes de Lula e Jair Bolsonaro, trabalham em harmonia na capital Federal, segundo Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.
TÉC./SONORA: Ricardo Barros, líder do governo na Câmara dos Deputados.
“É um ambiente tranquilo. Não vejo conflito, não vejo nenhuma dificuldade de diálogo e também não há que se politizar a transição de governo.”
LOC.: Mas o que é esse período de transição de governo? Antes de tomar posse, é necessário que o governo eleito conheça tudo o que está em andamento na atual administração e as realizações dos últimos quatro anos, para que assim possa realizar um diagnóstico e estabelecer prioridades para os próximos anos, como explica a cientista política Juliana Fratini.
TÉC./SONORA: Juliana Fratini, cientista política.
“A transição de governo equivale a um rito constitucional, por ser garantido por lei, de que o governo eleito tenha acesso às contas públicas e conheça o que o governo antigo, até então, vinha realizando. Além de conhecer tudo que esteve sendo realizado em outras áreas da administração federal.”
LOC.: Após a divulgação do resultado das eleições em segundo turno pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), manifestantes apoiadores do atual presidente da República começaram a se reunir em frente aos quartéis em vários locais pelo país protestando contra o resultado. Em coletiva de imprensa realizada no início de novembro, Bolsonaro agradeceu o apoio e reconheceu as manifestações como legítimas.
TÉC./SONORA: Jair Bolsonaro, presidente da República.
“Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento de ir e vir.”
LOC.: Sobre a segurança em Brasília, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou em nota que as forças de segurança e órgãos responsáveis monitoram a área central de Brasília, incluindo o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição. Já a Polícia Civil afirma que não há registro de casos de violência política na capital.
A Polícia Militar do DF não divulgou o efetivo que atua na área central nem o plano de operações, mas afirma estar preparada para quaisquer situações que ocorram em Brasília.
Reportagem de Ana Luísa Santos e Fernando Alves.