Data de publicação: 01 de Maio de 2023, 04:45h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:26h
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 8,8% no período entre janeiro e março de 2023. O resultado consta na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Provavelmente, ao longo de 2023 a taxa de desemprego será mantida basicamente nesse patamar, talvez se elevando um pouco mais ou diminuindo um pouco, mas, provavelmente, continuará nesse nível até que a gente consiga perceber um cenário econômico mais favorável, para volta de investimento por parte das empresas, assim gerando novas contratações, fazendo com que esse nível reduza” considera o especialista em finanças Marcos Melo, diretor da Valorum Empresarial.
Índice de Confiança da Construção do FGV IBRE sobe 1,0 ponto e gera expectativa positiva para o setor
Setor produtivo pede equilíbrio na taxa de juros
De acordo com o levantamento, houve aumento de 0,9 ponto percentual no indicador na comparação com o trimestre de outubro a dezembro de 2022, quando a taxa estava em 7,9%. Ao todo, a população desocupada, que corresponde a 9,4 milhões de pessoas, cresceu 10% frente ao último trimestre, e recuou 21,1% no ano.
O economista e professor da FGV-EAESP, Renan Pieri, avalia que o cenário atual já mostra uma certa desaceleração, o que exige mudanças mais amplas, sobretudo no que diz respeito à aprovação de medidas importantes, como a reforma tributária.
“Para resolver a situação, a gente precisa sair dessa armadilha de crescimento curto, de voo de galinha. Para isso, precisamos de reformas estruturais. Estamos falando de uma reforma tributária que simplifique os impostos; uma reforma macroeconômica, dos gastos do governo, que permita uma redução do déficit, uma maior previsibilidade para a economia, com inflação mais baixa, com mais investimento”, destaca.
Quanto ao número de pessoas ocupadas, ou seja 97,8 milhões de indivíduos, houve uma retração de 1,6% em relação ao trimestre anterior. No entanto, foi registrado um salto de 2,7% ante o mesmo trimestre do ano anterior. No que diz respeito à população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas, os dados do IBGE apontam para uma queda de 7,7% ante o trimestre anterior e 23% no ano.
Carteira assinada
A quantidade de profissionais com carteira de trabalho assinada no setor privado - sem incluir os trabalhadores domésticos – foi de 36,7 milhões, resultado que mostrou estabilidade na comparação com o trimestre anterior. Já na comparação anual, foi notado um acréscimo de 5,2%, ou seja, mais de 1,8 milhão de pessoas.
Quanto ao número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, houve queda de 3,2% (menos 430 mil pessoas) frete ao trimestre anterior. Já na comparação anual, houve elevação de 4,8%, o que corresponde a 590 mil pessoas.