Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

SUS: Mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos foram diagnosticadas com obesidade em 2022

DF segue tendência nacional; 95% das crianças de dois a quatro anos consomem alimentos ultraprocessados como biscoito recheado

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A obesidade em crianças e adolescentes é ocasionada por diferentes fatores, muitos deles que envolvem condições genéticas e comportamentais, segundo o Ministério da Saúde. O relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, com dados de pessoas acompanhadas na Atenção Primária à Saúde, aponta que, até setembro de 2022, mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade. 

Números que, para a nutricionista Juliana Carricondo, aumentam os riscos para a criança desenvolver doenças graves. 

“É um problema muito complexo, porque a obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, diversos fatores estão ligados para aquele indivíduo ser diagnosticado ou não com obesidade. E a obesidade infantil, o grande problema dela é que pode ser a porta de entrada para diversas outras doenças, como hipertensão, colesterol alto, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias”, afirmou.

O DF segue a mesma tendência nacional. Segundo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde, houve aumento no índice de peso em todas as faixas etárias nos últimos anos. A porcentagem de crianças de zero a cinco anos com excesso de peso aumentou de 7,9% em 2020 para 8,2% em 2021. Já entre as crianças de cinco a dez anos, o índice saltou de 27,9% para 33,4%.

O documento revela que o consumo de bebidas açucaradas por crianças com idades entre seis e 23 meses chega a 19%, enquanto de alimentos ultraprocessados é de 33%. Na faixa etária de dois a quatro anos, esses números aumentam para 69% e 95%, respectivamente. Número maior até que ultrapassa a média nacional de 91% na ingestão de alimentos como refrigerantes, biscoitos recheados e macarrão instantâneo.

Juliana Carricondo, que também é gerente de Nutrição da Secretaria de Saúde do DF, ressalta os esforços da gestão para melhorar o quadro a partir de conversas com as famílias. Uma saída, segundo ela, é usar a criatividade no preparo da comida dos pequenos. 

“A gente precisa cuidar da alimentação da criança. E como que os pais podem fazer para ajudar a criança a comer melhor? Primeiro de tudo é dando. A criança aprende muito mais vendo o que a gente faz do que ouvindo o que a gente fala. Então, os pais precisam dar o exemplo. Na hora de colocar, servir o prato, fazer um prato diversificado, colorido, colocar legumes, colocar verdura, porque a criança vai ver aquilo e vai se sentir estimulada a copiar o que o adulto está fazendo. Uma outra maneira é diversificar o modo de preparo dos alimentos”, completou. 
 

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