
LOC: O governo brasileiro continua gastando mais que arrecada. Segundo dados da nova plataforma Gasto Brasil, lançada em abril, o rombo nas contas públicas já ultrapassa QUINHENTOS BILHÕES DE REAIS. A ferramenta, disponível na internet, permite ao cidadão acompanhar em tempo real como o dinheiro público está sendo utilizado em todo o país.
De forma simples, esse valor representa o déficit primário — quando as despesas do governo, como previdência e despesas com pessoal e encargos sociais superam o que é arrecadado com impostos e taxas, sem considerar os juros da dívida pública. Para Estevan Luiz Muskat, diretor jurídico da Associação Comercial e Industrial de São Carlos (SP), esse tipo de transparência é essencial não só para o cidadão, mas também para o setor produtivo.
TEC/SONORA: Estevan Muskat, diretor jurídico da Associação Comercial e Industrial de São Carlos (SP)
“Quando nós falamos em gastômetro e das receitas, nós estamos falando em déficit primário. O déficit primário é fundamental para a tomada de decisões dentro de qualquer tipo de negócio, o agronegócio, a indústria, o comércio. A importância dessa transparência, que evidentemente nós já sabemos, por que esse déficit é sempre anunciado.”
LOC.: A iniciativa faz parte de um projeto da CACB, a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil e da Associação Comercial de São Paulo e tem o objetivo principal de monitorar e divulgar os gastos primários do governo federal, tornando essas informações acessíveis e compreensíveis para o cidadão comum e para a sociedade civil organizada. Projeto que visa preencher uma lacuna importante na área da Transparência governamental.
A plataforma Gasto Brasil também pode ser consultada presencialmente em um painel eletrônico instalado no centro de São Paulo, que gira de forma randômica no mesmo painel do tradicional Impostômetro. Para o presidente da CACB, Alfredo Cotait, a ferramenta é educativa e reforça a necessidade de uma cultura de responsabilidade fiscal.
TEC/SONORA: Alfredo Coitait, presidente da CACB
“Tem um desequilíbrio. Se nós gastássemos o que se arrecada, não teríamos inflação e a taxa de juros seria de 2,33%. Assim como o Impostômetro foi um processo educativo, o Gasto Brasil também será mais um processo educativo para mostrar para a sociedade que ela precisa participar e se manifestar. Nós estamos deixando uma conta muito cara para o futuro”
LOC.: Com mais transparência e acesso aos dados oficiais do Tesouro Nacional, o Gasto Brasil pretende aproximar a população das decisões que afetam diretamente a economia do país.
Reportagem, Livia Braz