LOC.: O texto da reforma tributária que o Senado aprovou estabelece que, a cada cinco anos, a lista dos setores que vão pagar menos impostos ou serão isentos dos tributos vai passar por avaliação.
A proposta dá margem para que, na ausência de custo-benefício, um setor possa perder o privilégio e, dessa forma, ter a alíquota reajustada para a padrão – que recai sobre a maioria das atividades. O professor da Fundação Dom Cabral Bruno Carazza diz que a revisão dos incentivos fiscais é positiva.
TEC./SONORA: Bruno Carazza, professor da Fundação Dom Cabral
"É uma medida bem intencionada, porque como a gente está concedendo benefícios para alguns setores, é sempre positivo a gente ter um processo periódico de reavaliação."
LOC.: O texto da reforma prevê que os bens e serviços de alguns setores vão pagar 60% menos impostos que outros. É o caso de saúde, educação, transporte e agropecuária. Já os profissionais liberais, como advogados, engenheiros, jornalistas e médicos, entre outros, terão alíquota reduzida em 30%.
A PEC também estabelece que dispositivos médicos, medicamentos e automóveis destinados a pessoas com deficiência, entre outros, tenham redução em 100% dos novos tributos. Os especialistas lembram que quanto mais exceções, maior será o imposto para quem está de fora da lista de benefícios.
O senador Nelsinho Trad, do PSD do Mato Grosso do Sul, espera que as exceções não empurrem o IVA para cima.
TEC./SONORA: senador Nelsinho Trad (PSD-MS)
"Foi dado um limite que a gente espera que seja preservado, que é 27,5%. Há projeção de aumento um pouco disso, de 28%, 28,5%, mas se ele ficar em 27,5% está dentro do aceitável."
LOC.: A última projeção do Ministério da Fazenda para o IVA foi de 27%, mas considerava apenas a versão da reforma que passou na Câmara, ainda sem as exceções incluídas pelo Senado. A pasta ainda não atualizou a estimativa.
Reportagem, Felipe Moura.