LOC.: Com a inclusão dos povos quilombolas nos grupos prioritários no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, os nove municípios da microrregião de Janaúba vacinaram cerca de 4.567 pessoas dessa faixa, de acordo com o Painel da Vacinação, do Ministério da Saúde.
A transmissão do vírus da Covid-19 tende a ser mais intensa em povos e comunidades quilombolas, devido a maneira como estão condicionados na sociedade. Por isso, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica que a importância da vacina nas comunidades quilombolas deve-se ao fato das relações comunitárias.
TEC./SONORA: Francieli Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.
“As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito.”
LOC.: Em janeiro, na Comunidade Quilombola de São Sebastião, do Território Quilombola do Gorutuba, em Monte Azul, todos os membros contraíram o vírus, apesar da dificuldade enfrentada, Silvana Soares, líder comunitária, afirma que a chegada da vacina deixou as pessoas surpreendidas e empolgadas.
TEC./SONORA: Silvana Soares, líder comunitária da Comunidade Quilombola de São Sebastião
“A comunidade foi infestada com o coronavírus, eu peguei. Muitas pessoas ficaram mal, foi muito difícil, uma tristeza muito grande, mas graças a Deus ninguém faleceu. A vacina veio depois e para nós foi uma alegria enorme, ninguém esperava. Hoje, nosso povo é encantado com a vacina.”
LOC.: Segundo a Organização Mundial da Saúde, a imunização é uma das principais formas de combater o novo coronavírus, mesmo aquelas pessoas que já contraíram o vírus devem se vacinar. Nessa perspectiva, Silvana Soares faz apelo aos demais membros quilombolas sobre a relevância de receber o imunizante.
TEC./SONORA: Silvana Soares, líder comunitária da Comunidade Quilombola de São Sebastião.
“Tomei a vacina e incentivo as pessoas a não terem resistência ao imunizante. Não fique sem se vacinar, porque é importante para nós. Eu falo de coração, não fique sem se vacinar.”
LOC.: O Ministério da Saúde alerta que o controle de casos e vigilância nestas comunidades impõe desafios logísticos, de forma que a própria vacinação tem um efeito protetor altamente efetivo. Por isso, os quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Mesmo com a primeira dose da vacina, é preciso cumprir o distanciamento social e os protocolos de contenção contra a Covid-19. Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, acesse gov.br/saude.
Reportagem, Nathalia Teles