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LOC.: O Projeto de Lei que proíbe os descontos de sindicatos na folha de pagamento de aposentados do INSS avança no Congresso Nacional. Pela proposta, a proibição da cobrança nos benefícios também inclui mensalidades de associações, entidades de classe ou organizações de aposentados e pensionistas, mesmo com autorização expressa do beneficiário.
O especialista em Direito Previdenciário e mestre em Direito das Relações Sociais e Trabalhistas e CEO da WB Cursos, Washington Barbosa, lista que os descontos ficarão permitidos apenas para débitos do governo e de valores recebidos a mais, além do empréstimo consignado feito pelos bancos.
Na avaliação dele, os dispositivos garantem a proteção aos direitos previdenciários dos aposentados.
TEC./SONORA: Washington Barbosa: especialista em Direito Previdenciário e mestre em Direito das Relações Sociais e Trabalhistas e CEO da WB Cursos
“O projeto, a meu ver, defende as pessoas idosas, ele defende as pessoas humildes, ele vem em boa hora, e ele deveria realmente seguir essa linha, ele deveria realmente até tardou ter esse tipo de posição.”
LOC.: A proposta estabele que a instituição financeira deverá restituir o valor integral atualizado ao beneficiário no prazo de 30 dias da notificação da irregularidade pelo INSS.
Caso não realize a devolução, o INSS assumirá o pagamento e cobrará da instituição financeira.
O projeto indica que o INSS realizará busca ativa para localizar e identificar os beneficiários lesados. A previsão é de que grupos de populações vulneráveis e localidades de difícil sejam priorizadas.
O texto também condiciona a realização de empréstimos consignados à realização de autenticação, feita exclusivamente com biometria.
O presidente da Associação Brasileira de Defesa dos Clientes e Consumidores de Operações Financeiras e Bancárias, Raimundo Nonato, avalia que essas medidas evitam os prejuízos aos aposentados e aumentam a transparência e segurança das operações.
Apesar dos benefícios aos aposentados e pensionistas, uma das críticas ao projeto diz respeito à falta de responsabilização aos bancos no PL, conforme ressalta Nonato.
TEC./SONORA: Raimundo Nonato, presidente da Associação Brasileira de Defesa dos Clientes e Consumidores de Operações Financeiras e Bancárias (Abradeb)
“A crítica principal é que o projeto responsabiliza o INSS pelos descontos indevidos, mas não impõe a mesma obrigação diretamente aos bancos, que podem continuar fazendo empréstimos via consignado para os aposentados, inclusive a disparção do benefício, sem restrições iguais. O projeto não cria novas modalidades de empréstimo, apenas mantém as existências com regras mais rigorosas de autorização.”
LOC.: O texto é de iniciativa do deputado Murilo Galdino, do Republicanos da Paraíba, e recebeu relatório pela aprovação pelo deputado Danilo Forte, do União do Ceará. Agora, a proposta segue para análise no Senado.
Reportagem, Bianca Mingote