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Primeiro teste para diagnóstico da Monkeypox no Brasil é aprovado pela Anvisa

A partir de agora, o teste para diagnóstico da Monkeypox também passa a ser incorporado no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS e permitirá o diagnóstico, isolamento e tratamento precoce, evitando a disseminação da doença.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira (20), o registro definitivo do primeiro teste para diagnóstico de Monkeypox e outras patologias com sintomas semelhantes. O referido produto é o Kit Molecular Multiplex OPXV/MPXV/VZV/RP Bio-Manguinhos, fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz, que detecta as regiões genômicas dos vírus Orthopox, Monkeypox e Varicella Zoster. O teste utiliza a tecnologia de PCR em tempo real.

A publicação do registro está na resolução de número 3.099 de 19/09/22, publicada nesta terça-feira (20), no Diário Oficial da União. Ao todo, o processo de avaliação dos testes até a decisão final, levou 39 dias, e ocorreu em regime de prioridade no órgão.

A partir de agora, o teste para diagnóstico da Monkeypox também passa a ser incorporado no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS, o que possibilita o acesso dos beneficiários dos planos de saúde, com indicação médica conforme o Ministério da Saúde, à realização do mesmo.

Segundo Larissa Tiberto, infectologista do estado de São Paulo, a aprovação do teste foi vista como um grande ganho pela classe médica. “Hoje, o diagnóstico é feito através do teste molecular ou sequenciamento genético, atualmente, feito em oito laboratórios centrais de saúde pública e demora, aproximadamente, 72 horas para ficar pronto. Já o teste aprovado pela Anvisa permitirá o diagnóstico, isolamento e tratamento precoce, evitando a disseminação da doença”, afirma.

Quanto à forma de utilização do teste e por quem deve ser ministrado, o gerente da Gerência Geral de Tecnologia de Produtos para a Saúde da Anvisa, Augusto Geyer, diz: “Ele deve ser realizado somente por laboratórios que tenham a capacidade técnica e os instrumentos apropriados, de forma que não será aplicado ou não será distribuído em farmácias para o público leigo”.

Assim, a disponibilização do produto para compra pelas instituições habilitadas está sob o comando da Fiocruz.

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Situação da doença no Brasil e no mundo

De acordo com o último boletim epidemiológico de Monkeypox da Secretaria de Vigilância em Saúde, no Brasil, até o dia 10/9/2022, foram registradas 25.746
notificações para a doença. Destas, 6.073 (23,6%) foram confirmadas e 120 (0,5%) foram classificadas como prováveis.

Já considerando uma análise mundial, de acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), no período de 1º de janeiro a 7 de setembro de 2022, foram notificados 54.709 casos confirmados laboratorialmente, 397 casos prováveis e 18 óbitos. Esses óbitos estão distribuídos em nove países: Nigéria (4), Gana (4), República Centro-Africana (2), Espanha (2), Brasil (2), Bélgica (1), Cuba (1), Equador (1) e Índia (1).

Sintomas da doença

Também conhecida como varíola dos macacos, a condição causada pelo vírus Monkeypox tende a ser menos grave em humanos. De acordo com o Instituto Butantan, a primeira fase de sintomas assemelha-se a uma gripe, com febre, dor de cabeça e dor no corpo, calafrios e exaustão. Esses sintomas duram, em média, três dias. Na fase seguinte, aparecem as lesões na pele que evoluem em cinco estágios, conhecidos como mácula, pápulas, vesículas, pústulas e, finalmente, crostas. É o contato direto com essas lesões que causa a transmissão do vírus para outras pessoas.

Segundo orientações do Ministério da Saúde, ao sentir algum sintoma suspeito, procure uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Pronto Atendimento para avaliação. Informe, ainda, se houve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Se possível, isole-se e evite o contato próximo com outras pessoas.

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