LOC.: A estratégia de vacinação contra a febre aftosa no Distrito Federal e em mais seis estados será diferenciada para que a imunização possa ser suspensa já em novembro deste ano. Segundo orientação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na primeira etapa de vacinação, que vai até o dia 31 de maio, deverão ser vacinados apenas os bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade. Já na segunda etapa, em novembro, os bois, vacas e búfalos de todas as idades precisam ser imunizados.
O veterinário José Andrade explica que a mudança ocorreu para garantir a completa vacinação nas duas etapas em todo o país.
TEC. SONORA: veterinário José Andrade
“A gente estava com alguns problemas de distribuição, de insumos principalmente, para a fabricação de vacinas. E visando a garantia de fornecimento para as duas campanhas, optou-se por fazer essa mudança, trazer a imunização de bovinos e bubalinos até 24 meses apenas agora, em maio, e em novembro a gente vai vacinar o rebanho inteiro, como seria feito em maio, normalmente”.
LOC.: A suspensão vai ocorrer no Espírito Santo, em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, no Tocantins e Distrito Federal após as duas etapas de vacinação. Aproximadamente 113 milhões de bovinos e bubalinos não precisarão mais ser imunizados após a suspensão, o que corresponde a quase metade do rebanho total do Brasil. A suspensão faz parte do projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país.
A vacinação contra a doença é essencial porque o programa de controle da febre aftosa de um país é usado pelo mercado internacional como referência do seu sistema sanitário, ou seja, influencia diretamente no mercado. José Andrade, que tem com a família um projeto de pecuária leiteira no interior do Goiás, ressalta que a cadeia do leite, assim como pecuária de corte, é a que mais emprega no Brasil, direta e indiretamente, gerando emprego e renda nos mais diversos estados. E que um deslize pode causar sérios problemas.
TEC. SONORA: veterinário José Andrade
“A aftosa traz prejuízos econômicos e sociais muito grandes. Se dentro de uma propriedade tiver um caso de febre aftosa, propriedades num raio de 20 a 50 quilômetros em volta, todos os animais precisam ser eliminados. É importante não só pensar na saúde do seu rebanho, da sua propriedade, como também dos rebanhos vizinhos”
LOC.: Além de vacinar bovinos e bubalinos de até 24 meses de idade até o dia 31 de maio, os produtores também precisam declarar todo o rebanho existente na propriedade, como equinos, suínos, ovinos, caprinos e aves. Os produtores que não vacinarem seus animais e não declararem seu rebanho ficam impedidos de transitar seus animais e de comercializar os produtos obtidos da sua criação.
Reportagem, Luciano Marques