Data de publicação: 24 de Junho de 2022, 15:15h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:35h
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (24) o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado a prévia da inflação oficial. A pesquisa aponta um IPCA de 0,69% para este mês de junho, resultado um pouco acima da taxa de 0,59% de maio, mas ainda abaixo de junho de 2021, quando foi registrado 0,83%.
O economista e professor da Universidade de Brasília (UnB) César Bergo explica que o IPCA, do ponto de vista das famílias, impacta na renda e afeta o consumo, e que o problema da inflação ocorre no mundo inteiro, principalmente devido aos conflitos entre Rússia e Ucrânia.
“No tocante ao aspecto global, é uma inflação que afeta o mundo inteiro, sobretudo em função dos combustíveis e dos alimentos, e também dos preços das commodities em função da guerra no Leste Europeu”, comenta.
Neste ano, no Brasil, o IPCA-15 apresenta uma alta de 5,65%. No recorte dos últimos 12 meses ele fica em 12,04%, valor menor do que os 12,20% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Entre as capitais, Brasília, São Paulo e Salvador, por exemplo, tiveram taxas de IPCA-15 acima da média nacional, com 0,74%, 0,79% e 1,16%, respectivamente, em junho. Porém, todas as áreas pesquisadas tiveram alta neste mês, sendo que o menor resultado do índice foi de Belém, 0,18%. Em Salvador, a gasolina e o reajuste de 20,97% nas tarifas de energia elétrica puxaram o aumento.
César Bergo lembra que o resultado final de junho pode ser ainda maior devido ao novo reajuste de preços anunciado pela Petrobras. “A questão maior é que esses preços foram captados antes do aumento da gasolina, do diesel ocorrido na semana passada. Então, o IPCA deve ser maior do que esse IPCA-15, no fechamento do mês”.
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A maior alta do levantamento divulgado, entre os itens, veio dos planos de saúde, que subiram 2,99% após o reajuste de até 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 26 de maio.
Também nesta semana, o Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão presidido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos, e pelo secretário Especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, aprovou resolução que fixa meta para a inflação em 3% para 2025, com margem de tolerância de 1,50% ponto percentual para mais ou para menos.
Segundo avaliação do CMS, isso pode reduzir incertezas do mercado e aumentar a capacidade de planejamento das famílias, empresas e órgãos governamentais.