LOC: O governo federal vai depositar na próxima quinta-feira (20) R$ 7,3 bilhões nas contas das prefeituras de todo o país. Os recursos são do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) — um dinheiro distribuído de dez em dez dias, para que os gestores municipais possam pagar despesas com a folha de pagamento, gastos com Previdência e melhorias em geral para a população.
O FPM é um fundo que representa 22,5% da arrecadação da União Federal, com os valores recebidos do Imposto de Renda e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). O dinheiro é depositado nas contas das prefeituras através do Banco do Brasil. Apenas as prefeituras inadimplentes ou com algum tipo de pendência são impedidas de receber.
De acordo com o consultor de Orçamento César Lima, neste segundo decêndio de julho os repasses do FPM representam um crescimento de cerca de 28%, em comparação com os depósitos feitos pelo governo, no mesmo período do ano passado.
SONORA: César Lima, consultor de Orçamento
“O segundo decêndio do mês de julho de 2023 vem com um crescimento de cerca de 28% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação aos demais segundos decêndios do ano, ele encontra-se num movimento ascendente. Então, os municípios devem ter uma certa folga nas suas contas em relação a FPM. Vamos esperar o último decêndio do mês de julho e o mês de agosto, que temos aí mais uma data sazonal – que é o Dia dos Pais – e veremos como é que a economia se comporta nesse quesito.”
LOC: O Fundo de Participação dos Municípios é uma das principais fontes de receita das prefeituras. Conforme dados da CNM (Confederação Nacional de Municípios), o Fundo é a maior fonte de recursos para cerca de 60% das prefeituras de todo o Brasil. Quando cai a arrecadação, a maioria dos gestores municipais enfrenta grandes dificuldades para manter as contas em dia.
De acordo com a consultora técnica da CNM, Gisele Tonchis – a “Gi”, que já foi prefeita da cidade de Lourdes (no estado de São Paulo) – os recursos do Fundo são tão importantes que, na maioria das vezes, são eles que garantem a funcionalidade dos municípios.
SONORA: Gisele Tonchis (a Gi), ex-prefeita de Lourdes (SP) - consultora técnica da CNM
“Esse recurso ele garante a funcionalidade do município. Se eles não recebessem esse FPM, esse recurso, provavelmente o prefeito não teria condições de tocar a cidade. São muito poucas as cidades que têm recursos próprios suficientes para se bancar. Mesmo os grandes centros eles dependem desses repasses, para eles manterem serviços fundamentais de saúde, educação...”
LOC: Os percentuais de participação de cada município são calculados anualmente pelo TCU (Tribunal de Contas da União), conforme o número de habitantes de cada cidade e de acordo com a renda per capita dos estados. A transição para os novos números do censo demográfico do IBGE está sendo implantada, aos poucos, depois da aprovação de uma nova Lei pelo Congresso Nacional, já sancionada pelo Presidente da República.
Reportagem: José Roberto Azambuja