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O atendimento odontológico é uma das etapas de rotina das consultas de pré-natal oferecidas na Atenção Primária (APS) do SUS. Durante a gravidez, os gestores de saúde preconizam que é importante a gestante realizar as consultas e exames odontológicos a cada trimestre ou quando o cirurgião-dentista determinar. E fica o alerta: a falta de cuidado com a saúde bucal da gestante pode resultar em problemas como parto prematuro, baixo peso ao nascer e comprometimento sistêmico por infecções.
De acordo com o coordenador-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Welligton Carvalho, a mulher passa por uma grande variação hormonal e comportamental durante a gestação, que pode refletir diretamente na sua saúde de bucal, aumentando a predisposição para o surgimento de alguns problemas tais, como hipossilivação, gengivite, periodontite e o aumento da incidência de cárie. Esses problemas podem ser detectados e tratados durante o pré-natal, realizado no SUS.
“Evidências científicas mostram que algumas condições como a inflamação da gengiva, que nós chamamos de doença periodontal, podem causar parto prematuro. Nesta fase é muito importante ensinar a higienização correta da boca para a mãe e também passar orientações de higiene para o bebê que vai nascer. Isso tudo é feito pelo cirurgião dentista durante a consulta do pré-natal odontológico. O profissional faz uma avaliação da saúde bucal da mãe e orienta sobre higiene, e possíveis tratamentos que sejam necessários ”, reforça.
No primeiro momento do atendimento na Atenção Primária do SUS, o cirurgião-dentista examina a gestante. Após avaliação inicial e diante da constatação de necessidade de tratamento, o profissional informará quais procedimentos odontológicos necessitam ser realizados.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, 45% das gestantes que realizaram consultas de pré-natal na rede pública foram encaminhadas para avaliação de um cirurgião-dentista, pela Estratégia da Saúde da Família.
Wellington Carvalho ainda destaca que bons hábitos de higiene bucal e uma alimentação saudável também são pontos de partida para uma gestação segura. Além de reduzir o consumo de açúcar, é essencial fazer a escovação correta após as refeições, usar o fio dental e o creme dental com flúor. Vale ressaltar que a gestação não é a causa direta de problemas bucais. Contudo, as alterações hormonais e comportamentais que ocorrem neste período podem favorecer condições pré-existentes e gerar desconfortos à mulher.
De acordo com o Ministério da Saúde, para auxiliar na prevenção, o ideal é que as mulheres procurem um cirurgião-dentista para um check-up da boca antes de engravidar. O ideal é fazer o tratamento que remove a placa bacteriana por meio de raspagem e polimento. Já tratamentos extensos e cirurgias invasivas, como implantes, devem ser programados para depois do parto. Durante a gestação, as grávidas devem manter o acompanhamento, retornando ao consultório a cada início de trimestre, ou no período aconselhado pelo cirurgião-dentista.
“Existe um mito, uma informação disseminada na população de que a gestante deve adiar tratamentos odontológicos ou que o tratamento odontológico pode causar algum problema para ela e o bebê. Isso não é verdade. O tratamento odontológico da gestante é seguro e recomendado. O Ministério da Saúde recomenda ao menos uma consulta odontológica durante a gestação. E nessa consulta o cirurgião dentista vai avaliar a necessidade de outros tratamentos”, explica o coordenador-geral da Saúde Bucal do Ministério da Saúde.
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