Foto: Arquivo/Agência Brasil
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População pode ajudar no controle de doenças em vegetais e animais

Embora enfermidades em plantas não sejam de notificação obrigatória, algumas patologias precisam desse procedimento de prevenção

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A participação da população no controle de doenças em vegetais e pragas é importante para evitar prejuízos envolvendo a produção agropecuária do país. Por isso, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) alerta os cidadãos para que notifiquem os serviços oficiais que podem controlar esse problema.

Embora enfermidades em plantas não sejam de notificação obrigatória, algumas patologias animais são. Segundo o Mapa, notificar é importante porque permite a identificação precoce de uma praga ou doença, tornando possível impedir a disseminação da enfermidade, realizar o controle e até erradicá-las. 

Mariana Teixeira Filipputti, auditora fiscal agropecuária do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal (Sisv) da Superintendência Federal de Agricultura no Estado de São Paulo (SFA-SP), informa que as notificações normalmente partem de pesquisadores e produtores rurais, que procuram agrônomos para estimar quais os possíveis danos nas plantações.

O Mapa definiu por instruções normativas as regras para a notificação de ocorrência de praga exótica no país (IN 2/2002) e atualizou a lista de doenças passíveis da aplicação de medidas de defesa sanitária animal (IN 50/2013), que obrigatoriamente devem ser notificadas. 

Doenças em vegetais

De acordo com a coordenadora-geral de Proteção de Plantas do Mapa, Graciane Castro, na área vegetal as pragas de maior preocupação são aquelas consideradas quarentenárias, ou seja, quando elas possuem potencial danoso muito expressivo, com análise de risco por parte do Ministério da Agricultura.

“Tem as pragas quarentenárias presentes que já se encontram no Brasil, mas se encontram sob controle oficial. E também as pragas quarentenárias ausentes que ainda não estão aqui e que nós mantemos um sistema de vigilância constante para evitar com que elas entrem e, ou caso entre, tomarmos as medidas de controle o mais breve possível”, explica a coordenadora.

Algumas das pragas que mais preocupam são a traça da videira (Lobésia botrana), a mosca da carambola e a fusariose da bananeira, todas ainda ausentes no Brasil.

A população deve, além de notificar as autoridades caso suspeite de alguma doença, evitar adquirir sementes e mudas sem registro nacional, principalmente na internet e durante viagens. “Sementes e mudas são potenciais enormes de dispersão de pragas e doenças e esse é um grande problema que a gente enfrenta hoje em dia. Na questão das viagens, evitar trazer frutas, mudas, folhas, plantas, solo também, de uma região para outra, pois elas podem trazer uma praga nova de grande impacto”, alerta.

Doenças em animais

A auditora fiscal federal agropecuária Anderlise Borsoi informa que a população urbana deve estar atenta aos sinais clínicos compatíveis com doenças de alto impacto em saúde animal e pública, como no caso da influenza aviária. “A doença nunca foi registrada no Brasil, mas recentemente foi confirmada em países da América do Sul, e é alvo de maior alerta no momento, devido à epidemia mundial com alto impacto gerado pela mortalidade das aves”, aponta.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, os principais sinais da influenza aviária são: 

  • Alta mortalidade em um lote de aves (maior ou igual a 10% em até 72 horas);
  • Mortalidade excepcional (súbita e elevada) em aves de subsistência, de exposição, de ornamentação, de companhia ou silvestre;
  • Sinais clínicos como andar cambaleante; torcicolo; dificuldade respiratória; diarreia;
  • Queda súbita igual ou maior a 10% na produção de ovos e aumento de ovos malformados; e
  • Redução drástica dos índices zootécnicos.

Qualquer situação como as descritas acima deve ser notificada imediatamente à Unidade Veterinária Local do Serviço Veterinário Oficial mais próxima.

Além da participação na vigilância, a população urbana tem papel importante na prevenção à introdução de doenças animais por meio do cumprimento das normas de entrada de animais e produtos de origem animal no país.

O ingresso e a disseminação da influenza aviária levariam a perdas financeiras elevadas, com custos aos produtores e ao país, além do custo social, por conta da perda de rendimento de produtores para os quais a atividade pecuária é o único sustento.

Como realizar a notificação

Sempre que um cidadão desconfiar de alguma doença em vegetais ou animais, deve procurar a Superintendência Federal de Agricultura do Ministério da Agricultura, ou órgãos estaduais de defesa agropecuária. O contato pode ser presencial, por telefone e pela internet.

Em doenças envolvendo apenas animais, o Mapa lançou em 2020 o e-Sisbravet, um canal de notificação de fácil acesso que usa um formulário padronizado.

Caso a suspeita tenha fundamento, um profissional do serviço público comparecerá ao local para a verificação, fará a coleta da amostra e enviará ao laboratório oficial do Mapa.

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