LOC.: A polarização vista nas eleições presidenciais de 2022 deve ter mais influência na escolha para as prefeituras dos pequenos e médios municípios do que das grandes cidades e capitais. A avaliação é do cientista político Marcio Coimbra, presidente do Instituto Monitor da Democracia e vice-presidente da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais.
TEC./SONORA: Marcio Coimbra, cientista político
"Eu acredito que onde a gente tenha cidades médias e menores, talvez a gente tenha uma maior polarização, e em grandes centros urbanos do tamanho de São Paulo e Rio de Janeiro isso não tenha tanta interferência."
LOC.: Segundo Coimbra, nas eleições municipais de 2020, a polarização protagonizada por PT e PL não teve tanta força na disputa pelas prefeituras dos grandes centros urbanos, o que pode se repetir este ano, com exceções de alguns locais, como Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, e a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Há quatro anos, nenhuma das 26 capitais elegeu prefeito de um desses dois partidos. Coimbra diz que nas grandes cidades a polarização acaba ofuscada pelos partidos de centro, que costumam se aliar à direita ou à esquerda, a depender das circunstâncias, captando votos de ambos os lados do espectro político-ideológico.
TEC./SONORA: Marcio Coimbra, cientista político
"Esses partidos de centro acabam por ter uma maior vitalidade nas eleições municipais do que os partidos que carregam uma forte ideologia. Tradicionalmente, você vai ver sempre em grandes capitais os partidos de centro com maior espaço. A gente vê isso com o Ricardo Nunes, em São Paulo, e com o Eduardo Paes [no Rio de Janeiro]."
LOC.: O primeiro turno das eleições municipais está marcado para o dia 6 de outubro, quando mais de 150 milhões de brasileiros vão votar em seus candidatos para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador.
Reportagem, Felipe Moura.