LOC.: Pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, em parceria com a FSB, aponta que 56% dos brasileiros acham que a situação econômica pessoal vai ficar um pouco ou muito melhor até o fim do ano. Apenas 16% acreditam que as finanças vão piorar, enquanto 23% projetam que vai ficar igual.
O otimismo em relação à situação econômica pessoal ocorre mesmo em meio à inflação de 10,07% nos últimos 12 meses, de acordo com o IBGE. Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, explica o que está por trás dessa avaliação.
TEC./SONORA: Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI
“A gente acredita em duas coisas: uma delas é que a inflação aparentemente passou do seu pior ponto. Aquela sensação de alta generalizada nos preços parece ter ficado para trás e isso dá algum otimismo para a população. A gente vê uma recuperação importante do mercado de trabalho. Então, as pessoas estão conseguindo emprego, sentindo-se mais seguras no seu próprio emprego”.
LOC.: Embora haja confiança de que a situação econômica pessoal vai melhorar independentemente da faixa salarial, a expectativa de dias melhores aumenta conforme a renda sobe, indica o levantamento. Entre os entrevistados que ganham até um salário mínimo e meio, 53% creem que as finanças vão melhorar até o fim do ano. Essa é a percepção de 67% daqueles que recebem mais do que cinco salários mínimos.
Azevedo atribui essa diferença ao peso da inflação, principalmente dos alimentos sobre o orçamento das famílias mais pobres.
TEC./SONORA: Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI
"Historicamente, até por conta dessa maior folga que as famílias com maior renda têm, elas se mostram um pouco mais otimistas. Além disso, dá para apontar também os preços dos alimentos, que são itens muito importantes para aquelas famílias com renda menor, que foram pesadamente elevados e a situação financeira foi muito prejudicada e, por isso, acaba que há um ceticismo maior com a melhora”.
LOC.: Em relação à inflação, dois a cada três entrevistados disseram que tiveram que reduzir gastos nos últimos seis meses. Mas seis em cada dez participantes acreditam que o corte é temporário.
Reportagem, Felipe Moura.