Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Pará é o principal produtor agropecuário do norte do país, com o valor bruto da produção agropecuária (VBP) de R$ 28 bilhões. A pecuária bovina corresponde a 37% do volume estadual de negócios, seguida pelo cultivo de soja e a produção de mandioca.
Segundo o coordenador-geral de políticas e informação, do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, dentro da pecuária, os setores de maiores destaque são a pecuária bovina e de frango. "A pecuária bovina representa quase 90% do valor da pecuária no estado do Pará, essa média é maior que a média brasileira média brasileira. O último produto que está ficando importante, por causa do crescimento do estado, já que o nível de renda do estado está aumentando, é o frango."
Nos quatro últimos trimestres, o destaque do VBP na pecuária foram os bovinos, R$ 10 bilhões, seguidos pelo frango — mais de R$ 834 milhões. De acordo com Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado e especialista no setor de carnes, isso o Pará tem algumas vantagens competitivas em comparação a outros estados porque consegue manter uma boa área de pastagem o ano inteiro, devido ao clima. “Basicamente o regime de chuvas na região Norte é muito regular, o que permite uma produção extensiva de boi gordo, coisas que outras regiões do país não deslumbram. Então, o investimento em pecuária, envolvendo a cultura do estado, ele é produto desse clima diversificado, da capacidade de manter uma boa área de pastagem o ano todo”, explica.
Além disso, ele aponta que o estado investe em inovações, como a intensificação da pastagem rotativa, e em uma boa gestão de negócios para a comercialização. Isso é fundamental para um bom retorno nos próximos anos. Iglesias ainda afirma que esse deve ser um bom ano de rentabilidade pecuarista, com uma perspectiva de queda de custo.
Soja
O segundo maior VBP foi o da soja, de mais de R$ 6 bilhões. E a exportação do grão atingiu o valor de R$ 808 milhões.
Luiz Fernando, consultor do Safras & Mercado, afirma que o Pará teve um bom resultado também devido ao clima favorável, mas que pode não se manter para os próximos meses. “Porque os anos de El Niño costumam ser mais secos no Norte e Nordeste. Então, tem esse desafio nesse ano, que é a possibilidade da gente ter algum problema derivado do clima. Mas se tudo der certo, o Pará deve ter uma safra boa”, informa.
Outros destaques foram a mandioca (R$ 3,6 bilhões) e o cacau (R$ 1,9 bilhão). No estado, a safra 22/23 teve uma alta de 4,4 mil toneladas, enquanto a de 21/22 foi de 3,9 mil.
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