
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (1º) a Operação Descarte com o intuito de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro. Segundo os investigadores, empresas simulavam a venda de mercadorias com o objetivo de lavar dinheiro para outras que pagavam por produtos inexistentes. Os pagamentos eram feitos por meio de transferências bancárias ou boletos, o que, segundo a PF, dava aparência de legalidade ao negócio.
A operação, que conta com o auxílio da Receita Federal, cumpre 15 mandados de busca e apreensão em casas e empresas localizadas nas cidades de São Paulo, Santos, Paulínia, além de Belo Horizonte e Lamim.
De acordo com a Polícia Federal, os valores recebidos eram transferidos para várias empresas de fachada, que remetiam os valores para o exterior ou faziam transferências para pessoas ligadas ao cliente inicial.
A investigação aponta também que o maior cliente desse esquema foi uma empresa concessionária de serviços públicos de limpeza no município de São Paulo que, entre 2012 e 2017, teria simulado a aquisição de produtos como detergentes, sacos de lixo e uniformes. Com isso, foram repassados mais de R$ 120 milhões para terceiros, que ainda não foram identificados.
Além disso, diversos carros de luxo foram comprados pelo grupo criminoso e todos eles acabaram sendo registrados em nome de laranjas. Se as suspeitas dos policiais forem confirmadas, a expectativa é de que os investigados sejam acusados de crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação tributária e associação criminosa. Há também suspeitas de práticas dos crimes de corrupção ativa e passiva.
Reportagem, Cintia Moreira