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Você conhece alguém que está tendo comportamentos diferentes, socialmente inadequados? Ou está com dificuldades para falar ou reconhecer objetos? Já ouviu falar de demência frontotemporal?
O termo demência significa uma diminuição lenta e progressiva da função mental que afeta a memória, pensamento e a capacidade de aprender. A demência frontotemporal é a segunda causa mais comum de demência em adultos com menos de 65 anos, sendo a demência de Alzheimer a primeira. No entanto, uma característica marcante da demência frontotemporal é que ela preserva a memória por um período inicial, o que pode dificultar o diagnóstico.
Ao contrário do Alzheimer, a demência frontotemporal afeta principalmente as regiões do cérebro responsáveis pelo comportamento, personalidade e linguagem. Isso resulta em sintomas distintos dos observados na doença de Alzheimer.
Os sintomas da demência frontotemporal podem ser divididos em duas categorias principais:
Comportamentais e de personalidade:
Descuido com a higiene pessoal, como não tomar banho, deixar de escovar os dentes;
Perda de empatia e indiferença com as necessidades de outras pessoas;
Falta de senso crítico;
Comportamentos socialmente inadequados, como incomodar pessoas na rua, fazer piadas inadequadas;
Impulsividade;
Em casos mais graves, podem ocorrer comportamentos bizarros, como erotização e desinibição sexual, usando palavras de baixo calão e a perda do pudor.
Linguagem e fala:
Essa por sua vez é progressivamente afetada, podendo ocorrer dificuldades na compreensão e na expressão verbal, com redução na capacidade de falar. Os principais sintomas são:
Dificuldade de compreender a fala, não entendendo o significado das palavras;
Prejuízo na capacidade de produzir palavras e formar frases complexas;
Dificuldade de reconhecer objetos e pessoas e problemas em nomeá-los.
As pessoas com demência frontotemporal, acabam perdendo a capacidade de usar as palavras para se expressar, não porque a memória falha, mas por causa da disfunção do lóbulo frontal. Com a evolução da doença, podem deixar de falar definitivamente. Alguns pacientes desenvolvem atrofia muscular generalizada, fraqueza, podendo ocorrer também dificuldades de mastigar e engolir.
Não existe um exame único para o diagnóstico. É realizado com base na história clínica, sinais e sintomas relatados pelos pacientes e seus familiares, já que os pacientes não percebem suas dificuldades. É preciso excluir outras causas já que alguns sintomas podem estar associados a outras doenças, assim é realizada uma investigação minuciosa, com a realização de exames específicos como testes cognitivos, exames de sangue, entre outros.
Infelizmente, não existe uma cura ou tratamento específico para a demência frontotemporal, o tratamento tem como objetivo melhorar os sintomas. O paciente que apresenta quadro depressivo, são recomendados antidepressivos por tempo limitado. Para as alterações de comportamento, são indicados neurolépticos, que são medicamentos que possuem efeitos sedativos e psicomotores.
Criar um ambiente seguro e de apoio, pode ser muito útil. Geralmente o ambiente deve ser iluminado, seguro, estável e projetado de forma que ajude na organização. Alguns estímulos como rádio e televisão são úteis, mas estímulos excessivos devem ser evitados. Uma rotina bem estabelecida ajuda pessoas com demência frontotemporal a terem uma sensação de segurança e estabilidade.
Sabemos que existem alterações genéticas que podem predispor esse tipo de demência. Cerca de 10 a 20% das pessoas que possuem demência frontotemporal, têm ou tiveram parentes que possuíam sintomas parecidos.
Para mais detalhes, assista o vídeo no canal Doutor Ajuda.
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