LOC.: A adoção de uma nova política industrial coloca o Brasil no rol de países que veem o setor como estratégico para os desafios dos próximos anos. A avaliação de entidades ao Brasil 61 vem após o anúncio da chamada Nova Indústria Brasil, que promete R$ 300 bilhões em financiamentos até 2026. O entendimento dos setores produtivos é de que o país estava ficando para trás em relação a outros que, nos últimos anos, implementaram ações desenvolvimentistas, como Estados Unidos, China e a União Europeia.
Segundo André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), as novas medidas anunciadas reforçam a importância de um projeto de longo prazo que recupere o protagonismo da indústria nacional.
TEC./SONORA: André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim
"Infelizmente, a ausência de uma política industrial fez com que o Brasil regredisse em relação à importância da sua economia e da sua indústria no mundo, ao passo que os países que tiveram política industrial, em especial nestes últimos 40 anos, foram os países que cresceram. Cresceram a importância da sua indústria e cresceram a importância da sua economia no mundo."
LOC.: Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, a iniciativa é coerente com o movimento que as economias desenvolvidas têm feito e pode ajudar a interromper o processo de desindustrialização sofrido pelo Brasil nas últimas décadas.
Para o deputado federal Heitor Schuch, do PSB do Rio Grande do Sul, a indústria brasileira tem condições de cumprir as metas traçadas pelo programa do governo.
TEC./SONORA: deputado federal Heitor Schuch (PSB-RS)
"Eu acho que nós temos conhecimento, temos tecnologia, temos know-how, temos gente que sabe produzir e nós temos que adaptar a indústria. Em vez de importar o produto pronto, nós temos que transformar a nossa matéria-prima no produto que a gente precisa."
LOC.: As entidades setoriais também citaram como ponto positivo da nova política industrial o combate ao chamado Custo-Brasil. Os entraves estruturais, burocráticos e econômicos que atrapalham o desenvolvimento do país geram perdas de um trilhão e setecentos bilhões de reais ao setor produtivo, de acordo com o Movimento Brasil Competitivo.
Reportagem, Felipe Moura