LOC.: O Ministério da Saúde classificou a cirurgia bariátrica como um dos procedimentos eletivos essenciais. A operação deverá ser priorizada na saúde pública e suplementar com retomada dos procedimentos em até 12 semanas, a contar do começo de julho, quando a recomendação foi publicada no documento Diretrizes da Atenção Especializada no Contexto da Pandemia de Covid-19, do Governo Federal.
Ao todo, o Brasil registrou 36.331 mortes nesta pandemia de pessoas com obesidade, fator de risco para o agravamento de quadros do novo coronavírus. Essas estatísticas mostram que a cirurgia indicada em casos de obesidade é um procedimento baseado na saúde do paciente. É isso que explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Fábio Viegas.
TEC./SONORA: Fábio Viegas, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM)
“O obeso mórbido não é obeso porque quer. Nós estamos falando de uma doença que é metabólica, que é genética, que é multifatorial. Hoje, a obesidade mórbida é a principal causa de mortalidade no mundo, e, no Covid grave, nós assistimos uma incidência elevadíssima de pacientes jovens morrendo de Covid porque eram obesos.”
LOC.: Ao contrário de doenças pré-existentes como cardiopatia e diabetes, responsáveis pela maior parte dos casos de óbitos relacionados à Covid-19 de pessoas com comorbidades, a obesidade tem como característica a letalidade maior em pessoas com menos de 60 anos que acabam falecendo por conta da infecção, como mostra o último boletim epidemiológico especial publicado pelo Ministério da Saúde. Foram 21.336 óbitos registrados nessa população, enquanto 14.995 mortes foram de idosos.
Com 26 anos, Mariana Areal já realizou a cirurgia. Ela percebeu que o sobrepeso estava prejudicando a saúde de diversas formas, gerando, por exemplo, pré-diabetes e esteatose hepática, e avalia que existe um preconceito na sociedade em relação à obesidade, diferente de outras doenças comuns.
TEC./SONORA: Mariana Areal, estudante
“Sempre tem alguém que vai falar que era só fazer dieta, ir para a academia, trancar a boca. Sempre tem alguém para julgar um processo pelo qual não tem conhecimento, mas a cirurgia era meu último recurso para recuperar a saúde.”
LOC.: Apesar de fundamental para reduzir chance de óbitos e agravamento de casos de infecção pelo novo coronavírus, as cirurgias bariátricas tiveram queda de 69,9% no número de procedimentos realizados pelo SUS no último ano.
Foram realizados 12.568 tratamentos cirúrgicos de obesidade em 2019 e apenas 3.772 em 2020.
Reportagem, Alan Rios
NOTA
LOC.: O Ministério da Saúde classificou a cirurgia bariátrica como um dos procedimentos eletivos essenciais. A operação deverá ser priorizada na saúde pública e suplementar com retomada dos procedimentos em até 12 semanas, a contar do começo de julho, quando a recomendação foi publicada no documento Diretrizes da Atenção Especializada no Contexto da Pandemia de Covid-19, do Governo Federal.
Ao todo, o Brasil registrou 36.331 mortes nesta pandemia de pessoas com obesidade, fator de risco para o agravamento de quadros do novo coronavírus. Apesar de fundamental para reduzir chance de óbitos e agravamento de casos de infecção pelo novo coronavírus, as cirurgias bariátricas tiveram queda de 69,9% no número de procedimentos realizados pelo SUS no último ano.
Foram realizados 12.568 tratamentos cirúrgicos de obesidade em 2019 e apenas 3.772 em 2020. Em 2021, até o mês de maio, o SUS registrou somente 484 cirurgias.