Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

MINAS GERAIS: apesar de desafios, empreendedorismo feminino tem destaque relevante

Embora pesquisa do Instituto Rede Mulher Empreendedora aponte para mais de 30 milhões de empresárias no mercado brasileiro, especialistas ressaltam desafios

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O Brasil ocupa o 7º lugar no ranking mundial de empreendedorismo feminino. Os dados são do Instituto Rede Mulher Empreendedora, que aponta também um número superlativo em relação às mulheres gestoras do próprio negócio no Brasil: são 30 milhões de empresárias brasileiras. A busca de independência financeira e crescimento profissional são alguns dos motivos para essa arrancada no mercado, segundo estudo recente da Rede Mulher Empreendedora. 

A pesquisa também destaca os desafios a serem enfrentados no empreendedorismo feminino, como o baixo faturamento, a informalidade e a falta de conhecimento em tecnologias para alavancar os negócios, como ferramentas de redes sociais. O faturamento mensal ainda é uma das maiores barreiras. De acordo com os índices da Rede Mulher Empreendedora, 63% das brasileiras que empreendem ganham até R$ 2.500 por mês. Por outro lado, 50% dos homens conseguem ganhar mais do que esse valor, ultrapassando a marca dos R$ 10 mil, enquanto apenas 38% do sexo feminino atingem esse valor. 

Em relação à informalidade, o levantamento mostrou que o percentual de mulheres que não possuem CNPJ varia nos estados. Na região Sudeste, elas são 41%; no Sul, 43%; na região Centro-Oeste, 49%; no Nordeste, 63%; e na região Norte, 75%. 

Já uma outra pesquisa do Sebrae, intitulada, “Empreendedorismo Feminino no Brasil em 2021”, realizada com base nas informações disponibilizadas nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, o número médio de mulheres donas do próprio negócio é de 34%. Os maiores índices foram registrados no estado do Rio de Janeiro, com 38%. Em seguida vêm Sergipe e o Distrito Federal, com 37% e, na sequência Piauí, Ceará, Mato Grosso do Sul e São Paulo com 36%. 

Para a farmacêutica Marina Ulhôa, apesar das dificuldades, o empreendedorismo feminino tem evoluído. Proprietária do salão Fusilli, um espaço dedicado ao corte, à saúde e à transição capilar, ela destaca a importância da busca das mulheres por independência. 

"Essa evolução é um sinal de que nós, mulheres, finalmente estamos acreditando mais em nós mesmas como pessoas independentes e autônomas. Em geral, nossas formas de agir e pensar são diversas das dos homens, logo, diversidade é sempre bem-vinda. Não é competição, é parceria. O que a gente quer é igualdade salarial, é jornada de trabalho que nos permita ter o autocuidado. O que a gente busca é essa igualdade. Ser MEI é como plantar uma semente, se plantar direitinho, ela cresce. Acho que sobre cuidar, nós mulheres estamos muito à frente da maior parte dos homens”, afirma.

Uma das embaixadoras da causa feminina no estado de Minas Gerais, a deputada Greyce Elias (Avante-MG) explica que o Congresso Nacional, juntamente com o governo federal, em parceria com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, trabalham em pautas transversais para impulsionar as mulheres no mercado como donas do próprio negócio. Na opinião da parlamentar, o incentivo ao empreendedorismo feminino é uma forma de combater a violência contra a mulher. 

“Quando a gente fala do enfrentamento da violência contra a mulher, sabemos que uma das formas de fazer com que o Brasil saia deste índice terrível, que é o quinto país que mais tem violência contra mulher, é investindo em empreendedorismo feminino”, defende a parlamentar. “Temos hoje, de forma ativa disponível para as brasileiras, mais de doze cursos gratuitos por EAD em diversas áreas de capacitação, de empreendedorismo, de gestão financeira, a questões específicas, como abrir seu próprio negócio, como empreender pela internet”.

Ainda de acordo com dados da Rede Mulher Empreendedora, o desemprego e a falta de renda durante a pandemia impulsionaram 26% das mulheres a dar o pontapé inicial no seu negócio. A pesquisa aponta, ainda, que 77% delas avaliam que são totalmente ou parcialmente independentes financeiramente. 
 

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