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Os próximos 50 dias serão definitivos para o jovem Adriel Caldas, 19 anos. É neste período que as duas mil mudas de tomate plantadas por ele ficarão prontas para a colheita. Seguindo a profissão do pai, Adriel já produziu diferentes hortaliças, e calculou o tempo do plantio para começar as vendas entre os meses de novembro e dezembro, época das festas de fim de ano. A expectativa é grande, já que uma caixa de tomates (aproximadamente 20 kg) pode valer mais de R$ 80 no mercado.
“Às vezes a gente pega uma verdura no mercado e acha caro. Mas só Deus sabe o que o produtor passou para produzir aquilo ali, sabe?”, reflete o jovem agricultor. “Roça é uma roleta russa. Tem dia que você consegue vender por um preço bom, tem dia que você consegue vender por um preço menor, tem dia que você nem vende”, completa.
Antes do pai se afastar dos trabalhos na lavoura por motivos de saúde, Adriel aprendeu a plantar quiabo, maxixe, abobrinha, jiló, berinjela, abóbora e mandioca, mas a cultura do tomate foi a que ele mais se adaptou. “O tomate hoje tem um custo alto para produzir. Porém, a probabilidade de dar certo em questões lucrativas é maior, por conta que a procura também é maior”, explica.
O jovem morador do Núcleo Rural Santos Dumont 2, em Brasília (DF), nunca tinha acessado crédito para ajudar nas despesas do sítio. Até que sua prima, que atua em uma associação agrícola na região, o convidou para participar de uma reunião sobre o microcrédito produtivo AgroAmigo, uma iniciativa do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
Chegando lá, um agente de microfinanças da CACTVS — agência de pagamentos credenciada à Caixa Econômica Federal — fez uma apresentação e orientou os interessados no local para fazer a solicitação da proposta de crédito pelo celular, no aplicativo Conquista Mais. Adriel precisou anexar na solicitação alguns documentos, como o Cadastro da Agricultura Familiar (CAF tipo B), e preencher informações sobre a sua atuação e os itens que desejava financiar com o empréstimo.
Depois que a proposta foi criada e aprovada, o agricultor fez a assinatura do contrato de R$ 12 mil e o crédito foi disponibilizado em 30 dias. Enviado o orçamento dos itens a serem adquiridos com o recurso, Adriel esperou mais sete dias para que os fornecedores recebessem o pagamento e ele concluísse a compra. “Eu investi em adubação orgânica, adubação química e calcareamento da terra. Desde a muda até o preparo da terra, incluindo lona, arame, estacas, fitilho, semeio e sementes. Para tudo isso eu utilizei o valor do microcrédito”, elenca.
Adriel pretende vender os tomates nas principais feiras livres do Distrito Federal, como a Feira do Produtor de Planaltina, o CEASA e a Feira do Produtor de Ceilândia. Com o olhar voltado para o futuro, ele pensa em diversificar. “Eu penso no futuro em estaquear mais a roça, porque a cultura com vara dá mais resultado, e posso diversificar o plantio com outras variedades, como o tomate italiano e o longa vida, e talvez pepino, pimentão ou vagem”, planeja o agricultor, que segue firme no propósito de crescer com o próprio trabalho.
A renda vai servir para ajudar a família: os pais e as duas irmãs menores. Para Adriel, o microcrédito produtivo AgroAmigo foi uma chance de impulsionar o trabalho e projetar novos horizontes. “Eu acho que é um programa que visa mesmo ajudar o pequeno produtor”, avalia.
“A gente tem muitas adversidades no plantar. Hoje, tudo tem um custo alto, como o insumo, semente, arame, lona… E, às vezes, quando a gente trabalha por conta própria, não tem essa condição de dar um pulo pra frente ali com o plantio. Com essa oportunidade, eu vi uma chance de avançar um pouco mais no plantio e, quem sabe, crescer cada vez mais”, entusiasma-se.
Podem acessar o AgroAmigo agricultores e pecuaristas familiares, pescadores artesanais, indígenas, quilombolas e extrativistas. A renda da família deve ser de até R$ 50 mil por ano (uma média de R$ 3,5 mil por mês), e não pode haver contratação de empregados permanentes.
O AgroAmigo conta com limites diferenciados conforme o perfil do beneficiário: até R$ 15 mil para mulheres, R$ 8 mil para jovens (pessoas com idade entre 18 e 29 anos) e R$ 12 mil para homens. Dessa forma, uma mesma unidade familiar poderá acessar até R$ 35 mil, desde que seus integrantes se enquadrem nas categorias previstas na regulamentação vigente.
O valor pode ser utilizado para investimentos em melhorias na estrutura da propriedade e no sistema produtivo, como a construção de reservatórios, armazéns e sistemas de irrigação, além do fortalecimento dos cultivos, a recuperação de pastagens, a compra de matrizes e reprodutores e a montagem de pequenas agroindústrias. O microcrédito também pode ser aplicado no custeio das despesas do dia a dia da produção, como a compra de sementes, adubos e ração.
Para saber mais acesse o site do AgroAmigo.
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