Data de publicação: 15 de Novembro de 2019, 15:20h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:30h
De acordo com o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo mosquito Aedes aegypti, o LIRAa, desde 2016, o município de Manoel Vitorino está em situação de risco para surto das três doenças transmitidas pelo mosquito. Divulgado em abril deste ano, o índice do município foi de 7,80%. A recomendação do Ministério da Saúde é apresentar índice abaixo de 1% para ser considerado em situação satisfatória.
A condição do município pode ser agravada se considerado o cenário estadual. Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2019, dengue, zika e chikungunya apresentaram aumento no número de casos prováveis – que reúne os confirmados e os suspeitos – na Bahia, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os casos prováveis de dengue aumentaram 670,1%, os de zika 58,2% e os de chikungunya 55,5%.
Para frear a incidência dessas doenças, o gestor da Coordenação de Doenças Transmitidas por Vetores, Gabriel Muricy, acredita que as ações devem ser realizadas em parceria entre setor público e cidadãos.
“O controle do mosquito depende de ações intersetoriais, mas depende também da ação da população, que tem papel fundamental no êxito do controle dos criadouros de Aedes aegypti. Muitas vezes, com muita frequência, os criadouros estão nos domicílios, ou no entorno dos domicílios. No momento em que aumenta a temperatura e o regime de chuvas em alguns territórios, é muito propício para a proliferação desse mosquito. Nesse momento, o poder público e a população têm que intensificar as ações de controle desse vetor”, explicou o especialista.
A conscientização e participação de todos são fatores determinantes para impedir que casos como da balconista Viviane Florença de Sousa, de 36 anos, se repita. Ela foi acometida pela chikungunya em abril de 2018. A moradora do Centro de Manoel Vitorino relata que precisou ficar cinco dias afastada do trabalho para se recuperar. Mesmo assim, ela afirma que as dores persistiram por mais cinco meses. Ela conta o que sentiu e faz um apelo para toda a população.
“Nos primeiros dias, não conseguia levantar da cama – é muita dor que você sente. O corpo todo dói. Febre é só no começo, mas dores mesmo você sente por muito tempo. Até hoje, tenho a sequela dela [chikungunya], no meu tornozelo, que incha e dói muito. Nunca passou. O conselho que eu dou é tomar cuidado com as coisas dentro de casa, porque o mosquito está aí. Planta, vasos com água, essas coisas.... É uma doença muito difícil, muito dolorida. Só quem já passou, sabe”, destaca Viviane.
Os ovos do mosquito são resistentes e podem sobreviver no meio ambiente por mais de um ano, bastando pouca quantidade de água para que haja a eclosão das larvas. Por isso, é de extrema importância fiscalizar e eliminar possíveis criadouros. Gabriel Muricy indica algumas ações para ajudar nesse combate.
“O recado é que a gente precisa evitar água parada de todas as formas. Manter os reservatórios de água fechados, evitar o acúmulo de lixo ou qualquer outro resíduo em torno da casa que favoreça a proliferação desse mosquito. Evitar acúmulo de água em vasos de plantas, em garrafas", lembrou Muricy.
Fique atento e proteja a sua família. Lembre-se de que o combate começa por você. Para mais informações, acesse saude.gov.br/combateaedes.
