Data de publicação: 18 de Dezembro de 2018, 03:26h, Atualizado em: 17 de Julho de 2020, 18:32h
O 3º Encontro Nacional de Professores do Serviço Social da Indústria (SESI) ocorreu nos últimos dias 29 e 30 de novembro, em Brasília. Cada um dos 20 professores palestrou sobre um projeto destaque dos Departamentos Regionais. Um dos que falou ao público foi o professor de artes Jonathan de Albuquerque Vieira, da Escola integrada SESI/SENAI Carlos Guido Ferrario Lôbo, de Maceió (AL). Ele contou sobre a Suruneira, projeto que criou junto dos alunos do 1º ano do ensino médio.
A ideia surgiu em maio deste ano após ele perceber que os pescadores têm lesões na coluna ao colherem o sururu, molusco bastante consumido no Nordeste. Os incômodos acontecem porque eles colhem o molusco mergulhando engradados de cerveja na água para lavá-los. Isso faz com que eles curvem as costas, gerando as dores.
Para modernizar esse trabalho de lavagem, um aluno do 1º ano do ensino médio e dois do 2º ano desenvolveram uma peneira na forma de um cilindro, com uma manivela para rodar. O projeto foi para uma fase final de testes. O professor Jonathan explica como funciona a Suruneira, e ainda adianta que pretende levar o protótipo para auxiliar os lavadores de sururu das lagoas do estado.
“A Suruneira é uma peneira cilíndrica, movida à manivela, que metade dela fica submersa na água da lagoa com o sururu dentro. E vai girando a manivela e vai limpando o sururu para resolver um problema de ergonomia. A ideia comum do meu grupo de alunos era que, finalizado o protótipo, a Suruneira seria entregue à Federação de Pesca de Alagoas (FEPEAL) para que junto do desenho técnico da Suruneira pudesse replicar da melhor forma possível atendendo aos lavadores de sururu. A gente quer que essa possibilidade chegue até as pessoas.”
Para o gerente executivo do SESI, Sérgio Gotti, projetos como o da Suruneira demonstram como deve ser o envolvimento dos alunos com a educação.
“O que a gente observa é que a rede (SESI) está indo para um caminho muito interessante de trabalhar cada vez mais com essa parte de resolução de problemas com metodologias ativas. Os nossos alunos estão vindo num formato de aprender que se diferencia das demais redes. Isso facilita muito a compreensão, aproxima da realidade deles. E a sala de aula precisa se aproximar dele, porque a cada dia que passa, a escola vai ser menos interessante. E isso significa que os meninos estão aprendendo melhor e com mais qualidade."
No palco de apresentação, 20 professores de suas respectivas unidades estaduais falaram sobre os projetos. O encontro contou com a presença de 23 Departamentos Regionais, contabilizando 68 pessoas, entre professores e coordenação pedagógica. Para conhecer o trabalho de ensino feito no SESI de Alagoas, acesse o site al.sesi.org.br.
Reportagem, Pedro Marra