
LOC.: O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa básica de juros em 0,25 p.p, para 15% ao ano (a.a.), na última reunião. Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão é "injustificada". Além disso, a instituição afirma que a alta vai agravar as condições de competitividade do setor produtivo.
O Copom informou em comunicado que o percentual deve ser mantido nas próximas reuniões.
Em nota, o presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que é um contrassenso o BC se manifestar de forma contrária ao aumento do IOF e decidir aumentar a taxa de juros. Ele também avaliou que o cenário compromete a capacidade de o Brasil aproveitar oportunidades abertas a partir da reconfiguração geopolítica em curso,
Para ele, o patamar aliado à carga tributária tem sufocado a capacidade produtiva industrial.
A CNI avaliou, ainda, que a nova alta da Selic não condiz com o cenário atual e prospectivo. Em nota, Alban frisou que a alta da taxa de juros básicos pode trazer graves consequências para a economia afetando o setor produtivo.
A Selic é a principal ferramenta do BC para manter a inflação oficial sob controle, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em maio, o Índice recuou para 0,26%,. Dessa forma, o indicador acumula alta de 5,32% em 12 meses, acima do teto da meta contínua de inflação – de 3%.
O presidente da CNI explicou, em nota, que os juros mais altos para as empresas impossibilitam a execução de investimentos destinados à ampliação ou modernização da cadeia produtiva do país. Além disso, aumentam o custo do capital de giro dos empreendimentos.
Já em relação aos consumidores, os juros mais altos limitam a aquisição de bens, especialmente os de maior valor.
Na avaliação da Confederação, a economia dá sinais de desaceleração considerando o crédito cada vez mais caro e menos acessível.
A elevação da taxa de juros básicos foi a sétima seguida e este é o maior nível da Selic desde julho de 2006 – época em que estava em 15,25% ao ano.
Com informações da Confederação Nacional da Indústria, Bianca Mingote