LOC.: Os brasileiros utilizam cada vez mais aparelhos eletrônicos e, consequentemente, também se desfazem mais deles. Entre 2019 e 2021, o Brasil coletou mil e trezentas toneladas de lixo eletrônico. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, mil duzentas toneladas desse total, ou seja, mais de 92% foram recolhidas no ano retrasado, o que demonstra um crescimento constante na reciclagem de equipamentos como pilhas, celulares, baterias, computadores, televisores e fones de ouvido.
Além do benefício ambiental com a reciclagem desses materiais eletrônicos, é necessário também se atentar aos dados que esses equipamentos podem conter. Sérgio de Carvalho Maurício, presidente da Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos, a ABREE, reforça essa importância.
TEC./SONORA: Sergio de Carvalho Maurício, presidente da ABREE
“Muitos equipamentos eletrônicos, como celulares, notebooks, computadores, e outros aparelhos, contêm informações importantes das pessoas que utilizaram esses equipamentos. E aí que vem a preocupação adicional que nós temos com o descarte consciente: que o consumidor final limpe todas essas informações antes de fazer o descarte, formatando seus computadores, formatando o celular, apagando todas as informações para que essas informações não venham trazer um prejuízo pessoal que muitas vezes é irreparável”.
LOC.: Uma pesquisa do Banco Mundial, com dados de 2021 e divulgada esta semana pelo Banco Central, indica que 26% dos respondentes brasileiros afirmaram utilizar o celular para pagar suas contas. Em 2014, esse percentual era de 1%. Além disso, o índice está acima da média dos países da América Latina e dos países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – a OCDE. Dos 122 países pesquisados, o Brasil ocupa a 29ª posição entre os que mais informam utilizar o celular para realizar esses pagamentos.
Diante disso, o descarte correto tanto dos aparelhos quanto dos dados é primordial. A reciclagem desses equipamentos recebe o nome de Logística Reversa, e serve para reinserir os materiais que compõem produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos em fase final de vida útil em novos ciclos produtivos, por meio do descarte ambientalmente adequado.
TEC./SONORA: Sergio de Carvalho Mauricio, presidente da ABREE
“Dessa forma, aqueles produtos que nós descartamos vão ser demontados, vão ser processados, garantindo que esses materiais possam também poupar o uso de recursos não-renováveis”.