LOC.: A proposta que cria a Lei Geral do Licenciamento Ambiental vai trazer segurança jurídica para os órgãos ambientais e os empreendedores, o que tende a atrair mais investimentos para o país. Essa é a avaliação do advogado e especialista em licenciamento ambiental, Marcos Saes, consultor da Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
Saes explica que, hoje, governo federal, estados e municípios acabam criando os próprios tipos de licença e também os prazos para análise. A falta de uma legislação nacional que padronize os processos de licenciamento ambiental é ruim, segundo ele, o que vai mudar caso o projeto de lei seja aprovado.
TEC.SONORA: Marcos Saes, consultor da Câmara Brasileira da Indústria da Construção
"Já passou do momento de o Brasil encarar esse assunto e ter uma regra geral. É isso que essa norma se presta a fazer. Quem defende um licenciamento ambiental sério, com regras pré-estabelecidas, tem que defender a lei. Dá pra discutir redação? Sempre. Mas a vinda da lei por si só vai ser um grande marco porque você vai passar a discutir em cima de uma lei, não mais em cima de decretos dos estados, resoluções de conselhos de meio ambiente e que tratam diferente a questão ambiental pela questão geográfica."
LOC.: O projeto de lei já foi aprovado na Câmara dos Deputados, mas está parado no Senado há quase dois anos. Para o deputado federal Ricardo Salles, do PL de São Paulo, que é ex-ministro do meio ambiente, a adoção de regras objetivas e práticas não significa um passe livre para o aumento do desmatamento ou de quaisquer danos à natureza.
TEC./SONORA: deputado federal Ricardo Salles (PL-SP)
"Você ter regras objetivas, racionais, práticas, não significa aumento do desmatamento ou qualquer ato contrário ao meio ambiente. Ao contrário, quando você não permite que haja desenvolvimento econômico sustentável e, portanto, gera pobreza, gera miséria, aí, sim, você terá atentados, casos e ações contra o meio ambiente".
LOC.: A proposta dispensa de licenciamento algumas atividades, como intervenções emergenciais em obras de infraestrutura e coleta e tratamento de água e esgoto. O projeto de lei também tenta resolver um dos problemas que mais incomodam o setor produtivo: a demora para análise do pedido de licença ambiental. O texto estabelece prazos para que os órgãos licenciadores se pronunciem sobre o licenciamento.
Reportagem, Felipe Moura.