LOC.: O Brasil caiu para a 15ª posição no ranking mundial de produção industrial, e foi ultrapassado pela Turquia. A participação da indústria brasileira recuou de 1,31%, em 2020, para 1,28%, em 2021, segundo a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido).
O resultado é o pior desde o início da série histórica, que começou em 1990, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, analisa a tendência de queda de participação da indústria brasileira na produção mundial.
TEC./SONORA: Constanza Negri, gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI
“As empresas industriais brasileiras têm muito desafio para concorrer em pé de igualdade com empresas industriais de outros países e as principais causas residem em desafios muito ligados ao Custo Brasil, a um sistema tributário complexo, também na infraestrutura, na questão de produtividade, nas dificuldades para aumentar investimento e para inovar ainda mais”.
LOC.: Além disso, a indústria brasileira tem sofrido com a desorganização das cadeias de produção após a pandemia, além do aumento no custo do transporte internacional e das matérias-primas.
Embora a parcela do Brasil nas exportações mundiais de bens da indústria de transformação tenha subido, em 2021, o país perdeu uma posição no ranking, e caiu do 30º para o 31º lugar, ultrapassado pela Indonésia.
Segundo Constanza, apesar do aumento, a participação do Brasil nas exportações está abaixo do que era antes da pandemia da Covid-19.
TEC./SONORA: Constanza Negri, gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI
“Um crescimento tímido que não consegue recuperar o patamar pré-pandemia e que não é suficiente para garantir a mesma posição no ranking das exportações industriais do Brasil”.
LOC.: As exportações mundiais caíram 5,3% em 2020 e, segundo estimativa da CNI, devem subir para 20,4% em 2021. Em 2020, a queda das exportações brasileiras foi mais do que o dobro do recuo visto no mundo. Para 2021, a CNI estima crescimento de 26,3%, acima da média mundial.
Reportagem, Felipe Moura.