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ICEI aponta confiança em 17 setores da indústria em março de 2023

O setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos é o mais confiante. Grandes empresas também se mantêm otimistas, enquanto pequenas e médias apresentam desconfiança. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI – Resultados Setoriais) foi divulgado pela CNI nesta quarta-feira (22)

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Os empresários da indústria de 17 dos 29 setores mostram-se confiantes em março de 2023, segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI – Resultados Setoriais). Divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o levantamento revela que o setor mais confiante é o de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, que registrou 54,4 pontos no terceiro mês do ano. Por outro lado, o segmento de produtos de borracha destacou-se como o menos confiante, com 42,1 pontos.

Conforme a metodologia utilizada no ICEI, valores acima de 50 pontos indicam confiança e abaixo indicam desconfiança. A pesquisa consultou 1.991 empresas — 795 de pequeno porte, 704 de médio porte e 492 de grande porte. 

Segundo o ICEI, as pequenas empresas registraram a maior queda de confiança: 1,1, e ficaram em 48,5 pontos. Já entre as médias e grandes o recuo foi de 0,3 ponto. As médias empresas também apresentaram falta de confiança: 49,4 pontos. Enquanto as grandes mostram confiança, com índice de 51,7 pontos. De acordo com o gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a desconfiança está atrelada a um cenário de incertezas. 

“A incerteza segue elevada, o que impede que o empresário se sinta seguro o suficiente para um aumento consistente da confiança. Em um cenário assim, é natural que os empresários mostrem avaliações difusas sobre as condições atuais e suas expectativas, resultando nessa evolução da confiança diferenciada entre os setores”, afirma. 

No recorte por regiões do Brasil, o ICEI indica que apenas o Sul do país registrou alta (0,9). Apesar do crescimento, o índice ficou em 47,2 pontos, o que mostra falta de confiança dos empresários da região. Já as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste tiveram queda no indicador, contudo se mantêm acima da linha divisória de 50 pontos, o que significa que os empresários seguem confiantes. No Sudeste, houve recuo de 0,5 e a região registrou 49,8 pontos, isso indica que não há confiança e nem falta de confiança intensa ou generalizada.

Para o economista Hugo Garbe, o confiança do empresário industrial é fundamental para o processo de geração de emprego e renda no Brasil. Ele defende a aprovação de uma reforma tributária “profunda” para a evolução da economia brasileira.   

“Quando o empresário sente confiança, ele tem mais propensão a investir do que o usual, então essa propensão a investir faz com que ele abra mais vagas de emprego. Para aprimorar a indústria brasileira, a confiança do empreendedor e do industrial brasileiro, é necessário primeiro partir para uma reforma tributária mais profunda”, destaca. 

Hugo Garbe aponta a crise entre governo e Banco Central como o principal motivo para o recuo na confiança. Ele argumenta que é necessário estabilizar o cenário político para que os empresários possam se sentir mais seguros para investir. 

“O recuo da confiança dos empresários brasileiros passa primeiro por um cenário político beligerante, onde temos o governo em uma crise com o Banco Central, mais focada nas taxas de juros. Passa pela incerteza, que é muito ruim para a economia porque o empresário fica míope. Ele não consegue enxergar a longo prazo qual é a melhor solução, se deve investir ou não”, pontua. 
 

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