LOC.: Os municípios brasileiros partilham, nesta quinta-feira (20), mais de R$ 1,3 bilhão. O valor é referente à segunda parcela de fevereiro do Fundo de Participação dos Municípios, o FPM. Desta vez, o valor veio 27% menor do que o transferido no mesmo período do ano passado, quando o montante foi superior a R$ 1,7 bilhão.
Na avaliação do economista César Bergo, nos últimos meses foi observado um decréscimo na atividade econômica, com impacto decisivo na arrecadação, embora os resultados da União neste aspecto tenham sido favoráveis. Esse fator, segundo ele, está entre os que contribuíram para a redução no valor do FPM.
TEC./SONORA: César Bergo, economista
“Houve uma queda em dezembro e em janeiro, e isso acabou refletindo em fevereiro, com uma queda também. E, se comparado a fevereiro de 2024, a gente vai observar então que, de fato, houve uma arrecadação menor no Fundo de Participação dos Municípios, e esse repasse também foi menor.”
LOC.: Além da redução da atividade econômica, o presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo, Carlos Eduardo Oliveira Jr., aponta como outros fatores para essa redução significativa no valor do FPM a diminuição da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados, além de efeitos de sazonalidade. Para ele, todas as esferas de governo podem sofrer com esse recuo.
TEC./SONORA: Carlos Eduardo Oliveira Jr., presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo
“Também tem o efeito cascata nos estados e na União, ou seja, se a arrecadação federal está caindo, automaticamente os estados e municípios vão arrecadar menos e vão repassar menos recursos para as prefeituras. E você tem um impacto na economia local, em municípios menores, onde o setor público é essencial, um motor muito importante da economia, que pode sentir os efeitos de queda do FPM no comércio e nos serviços.”
LOC.: São Paulo continua como a unidade da federação que recebe o maior valor, com o total acima de R$ 160 milhões. Dentro do estado, o destaque vai para cidades como Taubaté, Sumaré e São Vicente, que recebem cerca de R$ 700 mil, cada.
Já em Minas Gerais - outro estado que conta com um valor representativo - o total é de R$ 159 milhões. As maiores quantias serão destinadas a municípios como Pouso Alegre, Patos de Minas e Monte Sião, também com cerca de R$ 700 mil, cada.
Reportagem, Marquezan Araújo