LOC.: O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, adotou nessa segunda-feira (9) um discurso conciliador, durante entrevista coletiva concedida à Imprensa. Antes da depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes, ocorrida no domingo (8), Flávio Dino havia criticado a atuação de autoridades de Brasília, pela demora na retirada dos manifestantes acampados em frente ao Quartel General do Exército, na capital federal.
Na semana passada, Dino bateu de frente com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e também discordou publicamente do agora afastado governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. Mas na entrevista coletiva, concedida na sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o ministro buscou a união e procurou transmitir um clima de normalidade institucional no país.
TEC/SONORA: Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública
“Eu em primeiro lugar quero afirmar, a todos e todas, que, graças a Deus, o nosso país caminha para a absoluta normalização institucional, com muita velocidade. Hoje, o excelentíssimo presidente da República, o Lula, realizou reuniões com os Três Poderes da República e também com os comandantes das Forças Armadas... De modo que, tanto no que se refere às instituições civis, quanto no tocante às instituições militares, reina a plena compreensão quanto à importância da proteção da Constituição e da democracia.”
LOC.: Da mesma forma, Flávio Dino evitou críticas ao ministro da Defesa, ao ser questionado se José Múcio Monteiro deveria ser responsabilizado pelo quebra-quebra nos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
TEC/SONORA: Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública
“Eu quero fazer aqui uma veemente defesa da correção, da lealdade, da sinceridade do ministro Múcio, ao comandar uma das áreas mais difíceis do governo. Difícil pelas circunstâncias e pela história brasileira. E o ministro José Múcio optou por um caminho de diálogo com as instituições militares. E ele não pode ser condenado por isto, na minha ótica. O resultado, depois, pode levar a julgamentos de... precipitados. Eu prefiro acreditar que o ministro Múcio, nas condições difíceis em que ele atua, fez o máximo com sinceridade e com lealdade.”
LOC.: Durante a entrevista coletiva, o ministro Flávio Dino pediu ao novo diretor da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos, para explicar o andamento das investigações conduzidas contra os manifestantes, acusados de destruir o patrimônio público. Andrei Augusto informou que a PF disponibilizou um efetivo de mil agentes, para atuar nos procedimentos de polícia judiciária.
TEC/SONORA: Andrei Augusto Passos, diretor-geral da Polícia Federal
“Tem uma diretriz muito clara do senhor Ministro para a nossa atuação republicana, nos limites da lei e da Constituição Federal, e assim nós vamos atuar: com muita firmeza, muito rigor, nas atribuições e nas competências legais que nos dizem respeito. E as ações recentes apontam nesse sentido. Hoje, estamos com mais de mil pessoas em procedimentos de Polícia Judiciária, na nossa Academia, e não vamos aqui negligenciar com as nossas funções. Não é um favor que nós estamos fazendo. É o cumprimento de um dever legal, e nós vamos assim atuar, até o último dia da nossa gestão à frente da Polícia Federal.”
LOC.: Ao final, o ministro da Justiça e da Segurança Pública reafirmou sua visão de união nacional em defesa da legalidade. Para Flávio Dino, o momento mais difícil já foi ultrapassado.
Reportagem, José Roberto Azambuja