Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Ministro Flávio Dino adota tom conciliador após depredação de prédios em Brasília

Em entrevista coletiva, Flávio Dino falou em “união nacional”, nessa segunda-feira (9). Antes das depredações de domingo, ele havia criticado a atuação de autoridades na prevenção das invasões e conflitos

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, adotou nessa segunda-feira (9) um discurso conciliador durante a entrevista coletiva concedida à Imprensa. Antes da depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes, ocorrida no domingo (8), Flávio Dino havia criticado a atuação de autoridades de Brasília, pela demora na retirada dos manifestantes acampados em frente ao Quartel General do Exército, na capital federal.

Na semana passada, Flávio Dino batera de frente com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e também discordou publicamente do agora afastado governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF).

Mas na entrevista coletiva, concedida na sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o ministro buscou a união e procurou transmitir um clima de normalidade institucional no país, a partir de várias reuniões realizadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com setores militares e civis. “Tanto no que se refere às instituições civis, quanto no tocante às instituições militares, reina a plena compreensão quanto à importância da proteção da Constituição e da democracia”, declarou.

Ministro da Defesa

Flávio Dino evitou críticas ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Perguntado se Múcio deveria ser responsabilizado pelo quebra-quebra verificado no interior dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça preferiu enaltecer as qualidades de Múcio, afirmando que se trata de uma pessoa sincera e leal.

“O ministro José Múcio optou pelo caminho do diálogo com as instituições militares, e não pode ser condenado por isto”, opinou, para emendar em seguida: “Eu prefiro acreditar que, nas condições difíceis em que ele atua, fez o máximo com sinceridade e com lealdade”.

Governador Ibaneis

Flávio Dino lamentou a mudança no planejamento das forças de segurança do Distrito Federal, que até sábado passado não previra a circulação de pedestres na Esplanada dos Ministérios. Mesmo reclamando de não ter sido comunicado a tempo sobre a modificação do planejamento, o ministro da Justiça e Segurança Pública evitou responsabilizar o governador afastado, Ibaneis Rocha (MDB-DF): “Não posso responsabilizar o governador, esse tipo de avaliação deve ser feito pelo Supremo Tribunal Federal”, observou.

Polícia Federal

Em determinado momento da entrevista, o ministro pediu ao novo diretor da PF, Andrei Augusto Passos, para explicar o andamento das investigações conduzidas contra os manifestantes acusados de destruir o patrimônio público. Andrei informou que a Polícia Federal disponibilizou um efetivo de mil homens para atuar nos procedimentos de polícia judiciária, quanto aos acontecimentos de domingo. “A instituição vai atuar como polícia de Estado, nos limites da Lei e da Constituição Federal”, declarou o delegado.

União de esforços

Ao final, o ministro da Justiça e da Segurança Pública reafirmou sua visão de união nacional em defesa da legalidade. Para Flávio Dino, o momento mais difícil já foi ultrapassado. “Nós vivemos um teste institucional inédito, na vida brasileira, mas acho que foi ultrapassado positivamente, no sentido de unir mais amplamente a todos”, declarou. “Eu creio que, se é possível enxergar um resultante político dessa tragédia de ontem, é essa visão de União Nacional em favor da legalidade e em defesa da Constituição”.

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LOC.: O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, adotou nessa segunda-feira (9) um discurso conciliador, durante entrevista coletiva concedida à Imprensa. Antes da depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes, ocorrida no domingo (8), Flávio Dino havia criticado a atuação de autoridades de Brasília, pela demora na retirada dos manifestantes acampados em frente ao Quartel General do Exército, na capital federal.

Na semana passada, Dino bateu de frente com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e também discordou publicamente do agora afastado governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. Mas na entrevista coletiva, concedida na sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o ministro buscou a união e procurou transmitir um clima de normalidade institucional no país.

TEC/SONORA: Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública

“Eu em primeiro lugar quero afirmar, a todos e todas, que, graças a Deus, o nosso país caminha para a absoluta normalização institucional, com muita velocidade. Hoje, o excelentíssimo presidente da República, o Lula, realizou reuniões com os Três Poderes da República e também com os comandantes das Forças Armadas... De modo que, tanto no que se refere às instituições civis, quanto no tocante às instituições militares, reina a plena compreensão quanto à importância da proteção da Constituição e da democracia.”


LOC.: Da mesma forma, Flávio Dino evitou críticas ao ministro da Defesa, ao ser questionado se José Múcio Monteiro deveria ser responsabilizado pelo quebra-quebra nos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

TEC/SONORA: Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública

“Eu quero fazer aqui uma veemente defesa da correção, da lealdade, da sinceridade do ministro Múcio, ao comandar uma das áreas mais difíceis do governo. Difícil pelas circunstâncias e pela história brasileira. E o ministro José Múcio optou por um caminho de diálogo com as instituições militares. E ele não pode ser condenado por isto, na minha ótica. O resultado, depois, pode levar a julgamentos de... precipitados. Eu prefiro acreditar que o ministro Múcio, nas condições difíceis em que ele atua, fez o máximo com sinceridade e com lealdade.”


LOC.: Durante a entrevista coletiva,  o ministro Flávio Dino pediu ao novo diretor da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos, para explicar o andamento das investigações conduzidas contra os manifestantes, acusados de destruir o patrimônio público. Andrei Augusto informou que a PF disponibilizou um efetivo de mil agentes, para atuar nos procedimentos de polícia judiciária.

TEC/SONORA: Andrei Augusto Passos, diretor-geral da Polícia Federal

“Tem uma diretriz muito clara do senhor Ministro para a nossa atuação republicana, nos limites da lei e da Constituição Federal, e assim nós vamos atuar: com muita firmeza, muito rigor, nas atribuições e nas competências legais que nos dizem respeito. E as ações recentes apontam nesse sentido. Hoje, estamos com mais de mil pessoas em procedimentos de Polícia Judiciária, na nossa Academia, e não vamos aqui negligenciar com as nossas funções. Não é um favor que nós estamos fazendo. É o cumprimento de um dever legal, e nós vamos assim atuar, até o último dia da nossa gestão à frente da Polícia Federal.”


LOC.: Ao final, o ministro da Justiça e da Segurança Pública reafirmou sua visão de união nacional em defesa da legalidade. Para Flávio Dino, o momento mais difícil já foi ultrapassado.

Reportagem, José Roberto Azambuja