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O Dia dos Pais é a quarta data comemorativa mais importante para o comércio varejista. A expectativa, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é que seja alcançado um volume de vendas de R$ 6,03 bilhões, maior faturamento desde 2018, o que representa alta de 13,9% em comparação à mesma data em 2020.
Na data do ano passado, o varejo ainda experimentava o início do processo de flexibilização das medidas restritivas voltadas ao combate da primeira onda da Covid-19. Naquele cenário, as vendas recuaram 11,3% e atingiram o menor volume financeiro (R$ 5,30 bilhões) desde 2007 (R$ 4,98 bilhões).
De acordo com o economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fabio Bentes, dois fatores explicam essa recuperação rápida. “O primeiro deles é a evolução do e-commerce. Nos cinco primeiros meses deste ano, as vendas online no Brasil cresceram 47%, já descontada a inflação, portanto, uma taxa de crescimento ainda bastante expressiva. E o segundo fator, até mais importante que esse, é o aumento na circulação de consumidores em áreas comerciais”.
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Entre o fim de abril e o fim de julho deste ano, o fluxo de consumidores em áreas comerciais cresceu 39%, mas, ainda se encontra 9% abaixo da circulação média de clientes verificada em fevereiro do ano passado, aponta a CNC.
A cesta de bens e serviços relacionados ao Dia dos Pais deverá estar 7,8% mais cara que no ano passado – maior variação desde 2016 (+8,6%). Dos 13 itens analisados, apenas dois se encontram, em média, mais baratos do que há um ano: Livros -1,7% e aparelhos de som (-1,3%). Por outro lado, televisores (+22,3%), bebidas alcoólicas (+11,8%) e perfumes (+10,5%) tendem a acusar altas de preços mais expressivas.
“De certa forma, isso ajuda a explicar porque que as vendas não vão crescer ainda mais nesse período em que a economia está reabrindo. As restrições ao comércio ainda estão sendo retiradas em diversas regiões do Brasil. Juros mais altos e inflação ainda alta, de certa forma, vão contrabalancear esse movimento de aumento na demanda do comércio esse ano”, justifica Fabio Bentes.
Tradicionalmente, as lojas de vestuário, calçados e acessórios costumam se destacar durante a data e, neste ano, não será diferente. Embora esse segmento ainda não tenha recuperado o ritmo do período pré-pandemia, essas lojas devem faturar R$ 2,43 bilhões (40,2% do total previsto para este ano). Em seguida, devem vir as movimentações esperadas nos ramos de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 1,24 bilhão) e produtos de perfumaria e cosméticos (R$ 860 milhões).
Fabio Bentes destaca que uma característica do varejo é que ele possui uma variedade de tickets de compra bastante significativa “Se encontram ali as velhas lembrancinhas de R$15, R$20, R$30 até produtos de marca com valores bastante elevados. Outro fator adicional esse ano é que o segmento de vestuário ainda não conseguiu recuperar o nível de faturamento que tinha antes da pandemia. Atualmente as vendas ainda estão cerca de 4% abaixo, então, o setor tem procurado investir em liquidações e promoções para tentar atrair o consumidor”.
Tendo o avô como figura paterna, o pesquisador da Universidade Estadual de Goiás, Raphael Nunes, pretende presentear o patriarca da família, que mora em Brasília, com um calçado. “Esse ano eu pretendo enviar o presente. Geralmente ele sempre faz almoço na casa dele no dia dos pais, mas como o meu avô já tem 84 anos e a minha avó 88 anos de idade, mesmo os dois tendo tomado as duas doses da vacina, é muito arriscado visitá-los e não posso colocar a vida deles em risco por conta de uma data. Então, eu vou enviar o presente para ele, possivelmente pelos Correios ou eu deixo lá no portão e alguém da casa pega o item”.
O pesquisador destaca ainda que é costume presentear o avô no Dia dos Pais. “Há anos eu presenteio o meu avô no Dia dos Pais porque ele é uma pessoa muito especial pra mim. Em muitos momentos da minha vida ele fez um papel de pai, coisa que meu pai realmente não fez. Ele foi o meu apoio, foi o meu incentivador, foi a pessoa que acreditou em mim, foi quem me inspirou, foi a pessoa que me deu luz e força para continuar na minha jornada. E é por isso que eu sempre o presenteei no Dia dos Pais”, diz.
Na contramão dos presentes, a funcionária pública Brunna Morais vai comemorar a data com o pai e as irmãs em um restaurante para que o momento seja eternizado na memória de todos. “Meu pai nunca foi uma pessoa materialista, ele sempre fez questão de estar presente na vida das filhas. Nos últimos meses o contato diário diminuiu e por isso a escolha do almoço foi bem quista pelas irmãs como forma de reviver momentos e de nos reaproximarmos também. Cada uma tem o seu emprego e a sua rotina, isso acaba impedindo a gente de sentar diariamente numa mesa e conversar. Esse ano a data tem um significado melhor, vai ter um gostinho especial a mais”.
A pesquisa da CNC revela que alguns estados vão responder pela maior parte (56,6%) da movimentação financeira com o Dia dos Pais: São Paulo, com R$ 2,15 bilhões, Rio de Janeiro, totalizando R$ 632,1 milhões e Minas Gerais, com R$ 629,3 milhões. Ainda de acordo com a instituição, todas as unidades federativas deverão ter avanço real ante os montantes do ano passado, com destaque para as taxas esperadas no Paraná (+15,0%), Rio Grande do Sul (+14,4%), Distrito Federal (+14,3%) e em Santa Catarina (+12,5%).
“Basicamente esses estados se destacam na data comemorativa por conta do tamanho do mercado consumidor nessas regiões. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais concentram mais da metade das vendas do varejo no Brasil, no Dia dos Pais é natural que seja assim também, embora tenhamos resultados positivos também para essas regiões, esses não devem ser os estados com maiores altas nas vendas deste ano”, explica o economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fabio Bentes.
O Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e o SindilojasRio estimam que o comércio carioca venda mais de 1,5% no Dia dos Pais. De acordo com o presidente das duas entidades, Aldo Gonçalves, a expectativa é que as vendas sejam positivas, pois as outras datas comemorativas não tiveram bom desempenho de vendas. “Por conta da pandemia é normal que o consumo ainda esteja em retração, mas nossas expectativas para que o Dia dos Pais traga um respiro para o varejo são altas”, pontua.
Aldo Gonçalves informa ainda que o consumidor carioca pretende gastar, em média, de R$ 120 a R$150 com presentes. “Os itens mais procurados são roupas, calçados, perfumes, livros, celulares, relógios, televisores e computadores”.
A Fecomércio Rio de Janeiro informou que, até o momento, o Dia dos Pais só ficou atrás do Dia dos Namorados (R$ 1,4 bilhão) e do Dia das Mães (R$ 1,2 bilhão) em movimentação econômica, o que mostra que, na pandemia, datas afetivas se destacam.
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