Foto: wirestock/Freepik
Foto: wirestock/Freepik

Exportação de trigo do Brasil deve aumentar neste trimestre

A menor oferta do cereal da Argentina e da Ucrânia são fatores que podem abrir oportunidades para o país crescer no comércio internacional

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

O Brasil pode aumentar sua participação na exportação de trigo e ocupar a 10ª posição mundial no mercado, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). De acordo os analistas, a menor oferta do cereal da Argentina e da Ucrânia são fatores que podem abrir oportunidades para o país crescer no comércio internacional.

Na segunda-feira (2), dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que as exportações brasileiras já vêm crescendo desde o ano passado, quando atingiram um recorde de 3,1 milhões de toneladas. Em 2021, o país havia exportado 1,13 milhões de toneladas.

Segundo a Cepea, no segundo semestre de 2022, as condições climáticas prejudicaram a produção da Argentina e limitou o cultivo do trigo na Ucrânia, grandes produtores do cereal.

Além disso, o conselheiro do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo, Carlos Eduardo Oliveira, explica que a guerra entre Ucrânia e Rússia é outro dos fatores que diminuem a exportação nos países. “Ela (Ucrânia)  está impossibilitada de produzir e comercializar os seus produtos. Isso aí acaba impactando de uma forma geral a economia mundial”. O conflito também limitou novos embarques pelo Mar Negro.

No Brasil, a maior parte das exportações de trigo foram realizadas no primeiro trimestre de 2022, com 2,18 milhões de toneladas. O mesmo deve acontecer neste ano. Segundo avaliação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), o envio do cereal da safra 2022/23 deverá ser de 3,5 milhões de toneladas. 

O economista informa que esse crescimento fortalece os produtores de trigo e o Brasil no mercado internacional, que começa a ocupar um espaço que até então era dominado por outros países. Mas, também existe um ponto negativo. “O produtor ao invés de comercializar no Brasil ele vai preferir exportar. Isso aí acaba encarecendo os produtos derivados do trigo do país, visto que o Brasil vai ter não só de importar a trigo para comercializar internamente, isso acaba elevando o custo de produção dos derivados de trigo aqui no país”, afirma.

O Brasil continua a crescer no mercado mundial, mas as cotações de trigo no mercado brasileiro em 2022 atingiram os maiores patamares de exportação. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) explica que, após a safra recorde do cereal ter atingido o marco de 9,6 milhões, este ano está previsto o recolhimento de 8,4 milhões.

Receba nossos conteúdos em primeira mão.