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Durante a estiagem a fumaça decorrente dos incêndios que atingiram a região Norte do país, crianças e adolescentes acabaram sendo os mais impactados. Nessas situações, para evitar a exposição à fumaça, a orientação é ficar em casa.
“As crianças precisam de espaço para brincar, mas nesses dias assim é melhor evitar a exposição fora de casa, ao ar livre, e esperar a melhoria da qualidade do ar para que a criança tenha a possibilidade de sair e brincar fora”, orienta a especialista de Emergência, Saúde e Nutrição do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Neideana Ribeiro.
Para garantir a saúde de crianças e adolescentes, a recomendação é, sempre que possível, ter um espaço protegido: “Um outro ponto que a gente orienta é manter sempre um espaço, que podemos chamar de espaço limpo, que pode ser uma sala, pode ser um quarto, que fique com as janelas e portas fechadas, um ambiente sem exposição de fumaça.
E perder a mobilidade, se separar do convívio social, até mesmo enfrentar outras violências em casa e lidar com situações de vulnerabilidade, como a falta de alimentos, água, desnutrição morte são eventos indesejáveis que a exposição às fumaças, seca prolongada ou a cheia dos rios podem trazer junto com doenças e outras dificuldades que afetam a saúde mental dos adolescentes e jovens.
A oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do UNICEF, Gabriela Mora, explica como os eventos climáticos extremos podem desencadear questões preocupantes de saúde mental para jovens e adolescentes.
“Eles ficam muito mais expostos tanto a essa insegurança da família em relação à renda, planejamento do futuro, como também muda a dinâmica na família, a possibilidade de ir para a escola, de conviver com pessoas importantes, o que faz com que percam acesso a direitos que são fundamentais para o seu desenvolvimento.”
É nessa fase, entre os 10 e os 19 anos, que jovens ampliam sua capacidade de cognição, constróem sua identidade, fortalecem a criação de vínculos para além da família e aumentam a socialização. A adolescência também é marcada por um aumento da força do coletivo como estratégia que acaba por fortalecer também o indivíduo e pelo processo de compreensão sobre o seu lugar no mundo, além da conquista da autonomia e da transição dos estudos para o mundo do trabalho.
Depois da pandemia de Covid-19 — que mudou a forma como as pessoas cuidam da saúde mental — o UNICEF passou a tratar a questão como prioritária e, em parceria com organizações da sociedade civil e universidades, oferecer canais de ajuda em saúde mental para adolescentes e jovens, além de dialogar com a gestão pública de mais de 2 mil municípios para que revisitassem seus fluxos de atenção em saúde mental para adolescentes.
O canal de acolhimento apoiado pelo UNICEF é o Pode Falar. Uma plataforma virtual de ajuda a jovens de 13 a 24 anos e pode ser acessada gratuitamente por WhatsApp (61-9660-8843) ou site (www.podefalar.org.br). Criado em 2021, o canal já atendeu mais de 70 mil jovens e hoje faz cerca de 2.000 atendimentos semanais.
Os atendentes são treinados para acolher com empatia, ouvir e, se necessário, ajudar no encaminhamento desses adolescentes. Quem explica é o coordenador da rede Pode Falar, professor Hugo Monteiro Ferreira, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (URFPE).
“Esse jovem que chega para o Pode Falar não quer críticas, não quer julgamento, não quer condenação. Ele quer ser ouvido. A primeira ideia é ouvi-lo e ouvi-lo sem julgamento. É uma disposição de escuta, mas sem estabelecer aconselhamento, comparação, nem sentença.”
O coordenador ainda explica que existem três fluxos que podem acontecer ao entrar em contato com o Programa.
“Uma é aquela ligação que se encerra nela mesma; a outra é a ligação que vem por conta de uma motivação de violação e a terceira é a ligação que vem porque você está com adoecimento mental. E a gente tenta conversar com essa pessoa para mostrar a ela que precisa da ajuda sistemática de um profissional de saúde mental.”
O Pode Falar é a única rede no Brasil que atende exclusivamente adolescentes e jovens entre 13 e 24, associando inteligência artificial com condução humana. É, segundo o coordenador do programa, um dos melhores recursos das redes sociais. “Possibilita o jovem a pedir ajuda apenas tendo um celular nas mãos. Isso é revolucionário”, conclui o professor Hugo Ferreira.
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