LOC.: Ministros do governo de Lula deixaram os governos de seus estados com recordes de desmatamento do cerrado em um período de oito a dez anos, segundo um levantamento realizado pela Folha de S. Paulo. Os dados tiveram como base o Programa de Monitoramento do Desmatamento por Satélite (Prodes) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No Maranhão, governado entre 2015 e 2022 por Flávio Dino (PSB), atual ministro da Justiça e Segurança Pública, o desmatamento do cerrado atingiu 2.834 km² no ano passado. Já a Bahia, que foi governada nos últimos oito anos pelo atual ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT) teve um avanço de 54% em relação ao mesmo período anterior. No Piaui, a área de desmatamento mais que dobrou com 1.189 km² desmatados de agosto de 2021 a julho de 2022. O estado teve como o governador o atual ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias (PT).
Segundo o Consultor Ambiental, Charles Dayler, a falta de monitoramento constante nessas regiões pode ter causado o aumento dos números.
TEC./SONORA: Consultor Ambiental - Charles Dayler
“Nos últimos anos, teve negligência por parte do governo federal em relação à questão do desmatamento e queimada Florestal. Isso vai refletir nos estados, como o governo federal agia de forma a “defender” de certa maneira o desmatamento por meio de não fiscalizar, atenuar multas, cercear operações fiscais. Então, assim como no governo federal, os estados também não vão ter equipes, infraestrutura suficiente para monitorar toda a área”.
LOC.: Para Dayler, nos últimos 30 anos, o desmatamento no Brasil chegou a diminuir, mas nunca foi zerado. Ele defende que é necessário aos gestores públicos que cuidam da preservação do meio ambiente serem criativos nas medidas de contenção da perda da vegetação e biomas brasileiros.
TEC./SONORA: Consultor Ambiental - Charles Dayler
“Além do que já é feito, como por exemplo, ações fiscais planejadas, a cooperação entre o governo federal e os estados nas ações fiscais, cooperação entre agências, a gente tem que pensar em novas formas de se fazer o uso do território, talvez fazer uma discussão sobre a concessão de suas unidades de conservação para a iniciativa. Uma vez que elas pegaram uma área, vão ter a obrigação de manter aquilo que existe e recuperar qualquer área que tenha sido desmatada.”
LOC.: A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou algumas medidas que pretende implementar na pasta durante um painel do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. A ministra destacou: a ampliação do Fundo Amazônia,. Marina reafirmou o compromisso com o desmatamento zero, e a redução da emissão de carbono através do crédito de carbono, além de aplicar o conceito de transversalidade para o tratamento dos assuntos de meio ambiente, com replicação da agenda em diferentes ministérios.
Reportagem, Landara Lima.