LOC.: Em março de 2024, 78,1% das famílias declararam possuir dívidas a vencer, incluindo cartão de crédito, cheque especial, entre outros. Esse número representa um aumento em relação a fevereiro, porém ainda fica abaixo do registrado em março de 2023. Os dados foram divulgados pela CNC.
A economista da CNC Izis Ferreira aponta que a alta no endividamento pode ser explicada por fatores como a redução da taxa de juros, que melhorou o custo do crédito, assim, mais consumidores estão utilizando créditos para consumir produtos e serviços.
Ela também destaca que a alta no endividamento foi provocada principalmente entre as famílias de baixa renda e as da primeira faixa da renda média.
TEC./SONORA: Izis Ferreira, economista da CNC
“A gente ainda vê aumento nas concessões de crédito, pelos dados do banco central. Porém, essas concessões vêm desacelerando, muito em razão de um maior conservadorismo das próprias instituições, uma maior cautela das instituições diante de novos empréstimos, em razão da alta da inadimplência que tivemos no ano passado.”
LOC.: Após cinco meses consecutivos de queda, o percentual de famílias com dívidas em atraso registrou um aumento de 0,5 ponto percentual. Esse aumento na inadimplência também é refletido pelo crescimento de 0,1 percentual de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas. Ferreira informa que o primeiro trimestre do ano costuma ser caracterizado por despesas maiores, como escola e tributos. Por isso o consumidor precisa ter um cuidado maior para fazer a gestão do orçamento.
Segundo o educador e consultor financeiro Jônatas Bueno, o primeiro passo para manter o nome limpo é entender o que é considerado uma dívida. Ele explica que muitas pessoas associam dívidas apenas a pagamentos em atraso.
TEC./SONORA: Jônatas Bueno, educador e consultor financeiro
“Mas qualquer compromisso do passado, qualquer parcela, mesmo de compras ordinárias, mas que foram feitas parcelando, isso constitui dívida. Então, mesmo que esteja conseguindo pagar seus compromissos em dia, essa também é uma pessoa endividada.”
LOC.: O educador financeiro aponta que é necessário encarar o parcelamento de compras do dia a dia como algo desfavorável. Ele ressalta que diante de algum imprevisto, os parcelamentos podem levar a pessoa a ter que escolher entre pagar uma conta essencial do dia a dia, como internet ou água — ou quitar uma dívida considerada mais urgente.
Reportagem, Nathália Guimarães